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19/02/2021 às 12h05min - Atualizada em 19/02/2021 às 11h59min

Os avanços tecnológicos têm sido favoráveis ao meio ambiente?

A tecnologia tem seus aspectos positivos e negativos. Entenda os dois lados dessa moeda

Paula Cruz - Edição: Manoel Paulo
Freepik
O mundo está em constante evolução. O tempo todo vem sendo criada novas formas de melhorias em todos os âmbitos, seja inventando novas coisas ou aprimorando as que já existem. Até em cenários de urgência, como a pandemia do covid-19, novas soluções foram implantadas em curto prazo.

A rápida evolução faz com que muitas coisas fiquem velhas, ultrapassadas. Com a tendência consumista, o que até ontem servia bem, hoje não presta mais. Um exemplo disso são os celulares, todos os anos ganham atualizações. Uma câmera a mais, megapixels a mais, alguns gigas de memória são acrescentados e os do ano anterior parecem mais velhos do que é de fato.

Na fabricação desses aparelhos são usados minerais como lítio, tântalo e cobalto, além de metais raros, como a platina, o que intensifica a pegada global em 18 m² de solo, 12.760 l de água e 16 kg de emissões de carbono. São necessários também elementos de terra, que causam grande impacto na extração. Estudos indicam que a emissão decorrente da fabricação de um novo celular representam 85% a 95% do total de CO2 emitido pelo aparelho ao longo de seus dois anos de vida.

Segundo o Bank My Cell, hoje em dia são mais de 8 bilhões de dispositivos móveis ao redor do mundo. Quando descartados ficam anos no meio ambiente até se decompor. Os componentes de plástico e as baterias, por exemplo, levam até 500 anos até desaparecer do planeta terra.

Não é diferente com a moda. A roupa da tendência, que custou milhares de litros de água para ser fabricada, não passa da estação em que estava nas revistas. Uma calça jeans, por exemplo, consome 5 mil litros de água para ser produzida. Novas tecnologias têm sido estudadas para que esse processo cause menos impacto, mas torna o produto caro, não sendo o escolhido pela maioria dos consumidores.

Os carros elétricos estão começando a ocupar as ruas. Especialistas afirmam que eles diminuem a geração de CO² em 33%, comparados aos convencionais, já que não produzem fumaça. Em contrapartida a bateria de íon-lítio torna a fabricação mais poluente. Já existem estudos para opção de bateria mais sustentável, feita de materiais orgânicos, sem componentes tóxicos. Infelizmente essa tecnologia só tem previsão de circular nos próximos 15 anos.

A tecnologia serve ao meio ambiente para o mal e pra o bem, mas as invenções são pensadas nas necessidades e consumo humanos. Significa dizer que os hábitos das pessoas interferem diretamente. A pauta da sustentabilidade tem ganhado visibilidade. A forma de consumir tem mudado e o mercado já está se atentando a isso.

A indústria da moda tem usado tecido sustentável, assim como a dos cosméticos tem utilizado embalagem refil, opções com menos plástico, menos ingredientes danosos na composição dos produtos, a exemplo dos protetores solares, que contém oxibenzona - também conhecida como BP-3 ou benzofenona-3, segundo cientistas é uma ameaça para os recifes de coral em todo o mundo, hoje já é possível opções sem esse químico.

A recomendação para que a tecnologia tenha mais impacto positivo no ambiente é a mudança consumidora da população. Os benefícios são muitos, mas o desgaste ambiental ainda está muito a frente. O resultado dessa conta precisa ser inversa.
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