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19/02/2021 às 17h17min - Atualizada em 19/02/2021 às 17h13min

Julgamento do caso Tatiana Spitzner é novamente adiado

Advogados do acusado de feminicídio abandonaram o tribunal em protesto por justiça não aceitar vídeo de defesa como prova

Julia Saraiva - Editor: Ronerson Pinheiro
Luis Felipe Manvailer é acusado de matar a advogada Tatiane Spitzner - Foto: ISTOÉ Independente/Reprodução

Nós começamos essa reportagem relembrando o caso “Tatiane Spitzner.” No dia 22 de julho de 2018, imagens do CFTV do prédio mostram o professor de biologia Luis Felipe Manvailer, agredindo sua esposa a advogada Tatiane Spitzer, de 29 anos, na garagem do prédio onde residiam, em Guarapuava, na região central do Paraná.  
 
De acordo com a Polícia Civil, a briga continuou no apartamento do casal onde Luis teria imobilizado Tatiane no sofá até a mesma gritar por socorro. De acordo com exames do IML haviam marcas evidentes no pescoço da vítima que indicam esganadura. Ainda de acordo com a polícia, Luis jogou Tatiane pela sacada, e logo após recolheu o corpo na calçada em frente frente ao prédio e retornou ao apartamento. Luis limpou as manchas de sangue que ficaram pelo o edifício.  
 
O professor tornou réu pelos crimes de homicídio com qualificadores de asfixia mecânica, dificultar defesa da vítima, motivo torpe e feminicídio, além de cárcere privado e fraude processual.  
 
Relacionamento abusivo
 
No mesmo ano em que foi morta, a advogada informou por mensagens as amigas que Luis Felipe era “grosseiro e estúpido” e que tinha “ódio mortal” dela. Nas mesmas conversas, Tatiane relata que faltava coragem para encarar e pedir o divórcio, e que ele estava cada vez mais agressivo depois de fazer usos de anabolizantes.  
 
De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ocupa o 5° lugar no ranking de feminicídio. Cerca de 41% dos casos acontecem dentro de casa. Ainda de acordo com a pesquisa, 3 em cada 5 mulheres sofreram, sofrem ou sofrerão violência em um relacionamento afetivo. 
 
Audiência
 
No último dia (10/2), a audiência do caso Tatiane Spitzner foi suspensa, pois os advogados do réu Luis Felipe Manvailer abandonaram o tribunal. Os advogados de defesa acusaram a justiça de “cerceamento de seu trabalho”, após o indeferimento do uso de um vídeo da portaria do prédio no dia do crime como prova. É a terceira vez que o caso é adiado. Um novo julgamento será marcado em nova data, com sorteio de novo júri.
 
Além do vídeo ser indeferido, o Juiz Adriano Scussiatto Eyng também não autorizou o uso do laudo de exame de leitura labial que provaria, segundo defesa, que Tatiane teria cometido suicídio 
Uma multa de 100 salários-mínimos foi cobrada aos advogados de defesa de Luis Felipe pelo o juiz que moderava o caso, o mesmo afirma que o abandono do julgamento seria uma afronta ao processo, ao réu e a justiça.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho. 


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