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10/03/2021 às 06h55min - Atualizada em 10/03/2021 às 06h32min

ESG: Um modelo sustentável para o futuro do planeta e do mercado

Com a crescente preocupação em relação ao futuro do nosso planeta, as carteiras de investimentos sustentáveis vem ganhando espaço no mercado

Leonardo Leão - Editado por Maria Paula Ramos

 Como todos nós já sabemos, uma das maiores questões que a nossa sociedade enfrenta atualmente, é em relação a sustentabilidade ambiental e social. O mercado financeiro não está de fora desta luta e possui um novo modelo de negócio baseado no conceito ESG (em inglês, Environmental, Social and Corporate Governance).

 Para Fabio Alperowitch, gestor e cofundador da Fama Investimentos, o principal objetivo desses fundos é gerar retorno aos investidores de forma responsável e sustentável. Ele também ressalta que a percepção de baixo retorno, pelo simples fato dos fundos terem um compromisso com a sustentabilidade é falaciosa. Essa percepção somada a falsa noção do mercado que confunde esses fundos com filantropia, são apontados pelo gestor como os pontos negativos nesse modelo de negócio.

 Muitas empresas já estão apostando nesse novo conceito. Algumas instituições financeiras estão migrando seus investimentos para "fundos verdes" voltados à sustentabilidade. Calculasse que no mercado internacional aproximadamente US$ 1 trilhão esteja nestes fundos de investimentos sustentáveis. Existem multinacionais que já estão vinculando os planos de remuneração de seus executivos com metas ESG, como é o caso da Apple e do McDonald’s.

 Os fundos verdes ainda tem muito a evoluir no Brasil, atualmente o país possuí cerca de R$ 30 bilhões geridos por fundos verdes. Dentre as gestoras que existem no país, podemos destacar a Fama que desde sua fundação, em 1993, vem investindo em projetos sustentáveis. Ela é ao lado da Constellation e da JGP, as principais gestoras de fundos verdes do país, mas grandes bancos de investimentos como BTG Pactual e XP Investimentos já demonstraram interesse pelo setor.

 A Europa é a região mais avançada em ESG, com destaque para os países nórdicos como a Holanda e o Reino Unido, segundo Fabio Alperowitch. O continente possui bons exemplos, como a Volkswagen. A montadora alemã pretende vincular os bônus dos seus executivos de alto escalão à metas ESG, além de planejar que 70% de sua frota na Europa seja de carros totalmente elétricos até 2030.

 
 Por outro lado, Fabio afirma que o continente europeu é a região com mais casos de greenwashing - esse termo trata de uma prática de promover discursos e campanhas publicitárias com características ecologicamente responsáveis, na intenção de criar uma falsa imagem de sustentabilidade- um dos casos mais recentes foi o do Nordea Bank, da Finlândia, que mantém empresas poluentes em carteiras ESG.

 Para evitar essas práticas, a União Europeia estabeleceu nessa quarta-feira (10), regras conhecidas como Regulação de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR, sigla em inglês). Essa legislação exige que os gerentes de ativos financeiro divulguem de informações como os principais impactos adversos à sustentabilidade. A SFDR pretende suprir a falta de regulamentação das ESGs no bloco.

 
  Os governos de alguns países estão planejando ir além das regulações e participar diretamente desse mercado, como o Reino Unido e o seu plano de emissão de títulos soberanos verdes, eles serão voltados para os investidores do varejo, financiando projetos como energia renovável e transporte limpo. Países como Alemanha, Estados Unidos e China também pretendem fazer com que suas dívidas soberanas se tornem mais verdes.

 Na América Latina a ideia do BID Invest é de lançar mais de 15 títulos verdes este ano. A região registrou aproximadamente US$ 8,7 bilhões em vendas de dívidas sustentáveis. Este valor, em apenas três meses, já está próximo do recorde alcançado no ano passado de US$ 10,8 bilhões. Empresas brasileiras como Suzano, Movida, Klabin e a holding Simpar entraram nessa onda e passaram a emitir títulos sustentáveis.

 Fabio Alperowitch destaca que além das externalidades positivas que as investidas do fundo causam, elas também possuem um baixo risco, afinal são investimentos em negócios sustentáveis e, por tanto, não estão expostos a críticas socioambientais e de governança. Quanto ao futuro dos fundos verdes, Fabio demonstrou estar bem otimista. Para ele a nova geração será responsável por impulsionar esse modelo de negócio, afinal essas pessoas possuem valores que vão de encontro com os fundamentos ESG.


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