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12/03/2021 às 10h15min - Atualizada em 12/03/2021 às 10h07min

C.S. Lewis: mais que o simples autor de “As crônicas de Nárnia”

Um dos escritores mais influentes do século passado que moldou inúmeros pensamentos sobre o cristianismo

Larissa Bispo - Editado por Gustavo Henrique Araújo
Foto: C. S. Lewis | Reprodução: Google
Falar sobre C. S. Lewis sem mencionar “As crônicas de Nárnia” é tão difícil quanto nunca ter ouvido falar sobre o livro. No entanto, indo além de uma de suas obras mais aclamadas, é possível entender quem de fato foi o irlandês e como suas vivências o transformaram em um dos maiores intelectuais do século XX.

Clives Staples Lewis foi escritor, professor e crítico literário, além de grande estudioso da literatura medieval e renascentista. Nasceu em 1898, Belfast, na Irlanda, e cresceu em meio aos livros da biblioteca da família, especialmente após a morte da mãe, quando ainda tinha 10 anos. Em 1916, foi admitido na University College, em Oxford, mas o serviço militar solicitado para a Primeira Guerra Mundial (1916-1918) interrompeu seus estudos, retornando apenas em 1918, aos 20 anos.

Apesar de ter nascido em um lar cristão, C. S. Lewis adotou o ateísmo durante boa parte da sua vida, passando por inúmeros questionamentos e influências. Entretanto, foi através do escritor, professor e grande amigo da University College, J. R. R. Tolkien, autor de “O Senhor dos Anéis”, que Lewis aceitou o cristianismo, retornando à sua fé cristã no início da década de 1930.

A conversão de C. S. Lewis foi importantíssima e o consolidou como um dos gigantes do século XX diante de sua célebre contribuição não apenas para a literatura fantástica, mas principalmente pela maneira como apresentou os valores do cristianismo e a abordagem do assunto em seus livros e ensaios.

Entre 1941 e 1944, foi convidado da BBC, durante a Segunda Guerra Mundial, para levar palestras que trouxessem um pouco de fé e esperança em um período em que o desalento assolava milhares de famílias. Mais tarde, o próprio Lewis editou e transformou esse compilado de conversas em uma de suas obras mais clássicas e famosas, “O cristianismo puro e simples”.

A sua simplicidade de falar sobre o cristianismo não era limitada, ou seja, ele abdicava de qualquer inclinação sobre doutrinas, denominações e outras divisões cristãs. Sem distinções, Clives tratou com clareza questões pertinentes acerca da relação do homem com Deus e a fé com um caráter de seriedade, passeando pelas extensões do mundo cristão – ou até mesmo além – e trazendo identificação e proximidade.

Apesar da existente parcela de ceticismo com obras de teor “religioso”, Lewis sabia conduzir com competência e brilhantismo os valores e ações as quais acreditava, não colocando tons de imposição ou imperatividade, mas suas reflexões e vivências espirituais como forma de diálogo. Afinal, o cristianismo não era somente uma parte importante da sua trajetória – de vida e carreira –, mas de seu estilo de vida e quem ele era, e isso, consequentemente, refletia em seus escritos e compreensões.

 
“Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta Terra pode satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para outro mundo.”
Além de “O cristianismo puro e simples”, podemos citar também “Cartas de um diabo ao seu aprendiz”, um clássico da literatura cristã publicado pela primeira vez na década de 1940, que traz de forma satírica e irônica o retrato da vida humana a partir do ponto de vista de um diabo, colocando através de cartas uma narrativa sobre tentações. Escreveu também uma ficção científica-religiosa, a Trilogia Espacial: “Além do planeta silencioso”, “Perelandra” e “Aquela força medonha”.

C. S. Lewis também passou por diversos gêneros, como crítica literária, literatura infantil e fantástica, sendo de conhecimento universal “As crônicas de Nárnia” uma de suas criações mais prestigiadas e que ainda continua fazendo dele um dos autores mais notórios e bem sucedidos da literatura fantástica e cristã.

Recentemente, no Brasil, a Editora Thomas Nelson atingiu a marca de um milhão de exemplares vendidos das obras de C. S. Lewis. No mundo, porém, apenas “As crônicas de Nárnia” foi traduzida para mais de 47 idiomas e vendidas mais de 120 milhões de cópias.

C. S. Lewis morreu em 22 de novembro de 1963 após um colapso devido à problemas de saúde. O prestígio e reconhecimento que perdura o seu nome quase pode ser autoexplicativo. Ainda hoje, é difícil encontrar algum autor que tenha abordado a apologia cristã de maneira tão influente e com reflexões persuasivas, alcançando cada vez mais novas gerações.

 

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