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02/04/2021 às 00h00min - Atualizada em 02/04/2021 às 00h01min

Empresas e supermercados apostam em e-commerce para Páscoa 2021

Mesmo com os ovos de Páscoa mais caros, a Abras projetou um aumento de 15% nas vendas deste ano; em contrapartida, a CNC estimou uma queda de 2,2%

Meire Santos - Editado por Júlio Sousa
Reprodução/Loja integrada
Na segunda Páscoa consecutiva em meio à pandemia da Covid-19, empresas e supermercados apostam em e-commerce para aumentar as vendas e driblar a crise. A modalidade consiste na criação de um comércio online, possibilitando que o consumidor faça suas compras sem precisar sair de casa.

Algumas empresas começaram a fazer uso do e-commerce ainda em 2020, quando foram pegas de surpresa pela chegada da pandemia. Na época, o faturamento do varejo digital cresceu 64% durante a Páscoa.

Neste ano, com medidas mais rígidas de abertura e funcionamento de comércios, varejistas e empreendedores adotaram novamente a modalidade. Com um mercado já acostumado às vendas online e um consumidor habituado a esse modo de compra, é esperado que as vendas deste ano superem as de 2020.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) projetou um aumento de 15% nas vendas de Páscoa em relação ao ano passado. Durante uma coletiva de imprensa, o vice-presidente institucional e administrativo da Abras, Marcio Milan, explicou que o otimismo ocorre por conta do maior preparo do setor e pelo impulsionamento do e-commerce:

"Em 2020 fomos pegos de surpresa com a chegada da pandemia e do isolamento social bem próximos da Páscoa. Esse ano o setor se preparou para as vendas em período mais remoto, e conta ainda com uma força maior do e-commerce que ganhou mais clientes durante a pandemia”

Mesmo com as expectativas positivas, um fator que vem preocupando o setor supermercadista é a alta nos preços dos chocolates. Neste ano, os ovos de Páscoa estão em média 11% mais caros, o valor de barras de chocolate e bombons também aumentou aproximadamente 10% em relação a 2020. O encarecimento do cacau e a alta do dólar são apontados como os principais fatores desse aumento.

Projeção negativa

Ao contrário da Abras, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projetou uma queda de 2,2% nas vendas em relação ao ano passado. A expectativa é que a data movimente R$1,62 bilhão no setor varejista do país. Em 2020, o setor movimentou R$ 1,66 bilhão.  

Em entrevista à Agência Brasil, Fábio Bentes, economista sênior da CNC, aponta que “se confirmada essa expectativa, vai ser o menor faturamento em 13 anos. Desde 2008 que o faturamento do varejo com a Páscoa não é tão pequeno como esse que a gente está esperando”.

Outros caminhos

Na contramão do setor supermercadista, a Chocolateria Brasileira optou por reduzir o preço dos produtos. A gerente de expansão da empresa, Cintia Pitta, conta que a medida tem como objetivo atender a nova realidade do consumidor. 
“Embora a demanda tenha aumentado, fizemos uma produção mais ponderada e com preços mais baixos para atender, principalmente, uma nova realidade de consumo em termos de valores”, comenta a gerente, que completa dizendo que a empresa optou por reduzir a produção para evitar prejuízos financeiros: “estamos produzindo em menor quantidade para que os franqueados não tenham que assumir compras muito altas e a fábrica não corra o risco de ficar com excesso de produtos em estoque”.
 

A empresa, que também aderiu ao e-commerce para impulsionar as vendas de Páscoa, já vinha buscando se inserir no mercado digital há algum tempo e pretende continuar nele no pós-pandemia:
 
“No processo de crescimento da marca (vendas de franquias), os empreendedores ficaram bem receosos em investir. No entanto, a franqueadora tem preparado seus franqueados no sentido de ensinar a trabalhar neste novo cenário, que se antecipou por causa da pandemia, mas já era uma realidade que se apresentava cada vez mais presente, que é a Era Digital, ou seja, a digitalização das lojas físicas. A loja física, a partir de agora, terá um novo papel na elaboração do seu objetivo. Além de continuar sendo um laboratório de experiência de consumo, ela deverá criar estratégias para levar o seu produto até o cliente e não somente os clientes virem até ela. Ou seja, o marketing digital é algo que vamos trabalhar maciçamente na rede para nossos franqueados aprenderem a trabalhar os três pilares de venda: loja física, canais online e plataformas delivery”, aponta Cintia Pitta.

Nesta Páscoa, a empresa espera que as vendas atinjam de 80% a 85% as vendas de 2019.

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