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16/04/2021 às 09h45min - Atualizada em 16/04/2021 às 09h39min

Após morte de jovem negro, manifestantes entram em confronto com a polícia nos EUA

Daunte Wright, de 20 anos, morreu após levar tiro durante abordagem policial e bater o carro em seguida

Julia Wellmann - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto: Manifestantes fazem protesto contra a morte de Daunte. Reprodução: Christian Monterrosa/AP
No último final de semana, manifestantes entraram em confronto com a polícia americana na cidade Brooklyn Center, em Minnesota, Estados Unidos, após uma policial matar um jovem negro durante uma abordagem.


Daunte Wright, de 20 anos, foi abordado por agentes por circular em um veículo com a documentação atrasada, ao ser confirmada sua identidade, os agentes encontraram um mandado de prisão em aberto, Daunte recebeu voz de prisão e enquanto algemavam ele, tentou entrar em seu carro. Segundo o vídeo da abordagem divulgado pela polícia, a agente americana Kim Potter, de 48 anos, aparece gritando que usara o teaser, mas acaba atirando em Wright. Mesmo baleado, o motorista dirigiu por vários quarteirões antes de atingir outro veículo e morrer no local.

Após a morte de Daunte, manifestantes foram as ruas protestar por justiça. Cerca de 200 pessoas marcharam em direção ao Departamento de Polícia de Brooklyn Center. Um grupo jogou pedras contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha.  A Guarda Nacional de Minnesota foi enviada para a cidade.

O governador de estado, Tim Walz, disse que estava "orando pela família de Daunte Wright, enquanto nosso estado lamenta outra vida de um homem negro levado por policiais".
 
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden defendeu na última segunda-feira (12), que seja feita uma investigação completa sobre o caso. O democrata pediu também para que as manifestações se mantenham pacíficas. “É realmente uma coisa trágica o que aconteceu, mas acho que temos que esperar e ver o que a investigação mostrará.”, declarou Biden ao conversar com jornalistas na Casa Branca. “Enquanto isso, quero deixar claro novamente: não há absolutamente nenhuma justificativa, nenhuma, para saques. Nenhuma justificativa para a violência.”, completou.
 
Biden disse que não tinha falado com a família de Wright, mas que estendeu suas orações a eles. O presidente norte-americano afirmou que entende a raiva, a dor e o trauma na comunidade negra por causa dos incidentes repetidos de assassinatos por policiais.
 
Na última quarta-feira (14), a policial Kim Potter, que atirou e matou Daunte Wright, foi acusada de homicídio culposo, informou um promotor do estado de Minnesota. Ela está presa em uma penitenciaria local, onde aguardará a audiência com um juiz.
 
Potter afirmou ter se enganado na hora da abordagem. Segundo ela, pensou estar usando o teaser, uma arma de choque, mas disparou um revólver contra Wright. Ela pediu demissão da polícia. A agente atuou como policial durante 26 anos e no momento do incidente participava de um treinamento com outros policiais.
 
Julgamento pela morte de Floyd
 
A morte de Wright aumentou ainda mais a tensão no subúrbio de Mineápolis, quando acontece o julgamento de Derek Chauvin, ex-policial acusado de matar George Floyd. Em uma abordagem policial, Chauvin ajoelhou-se sobre o pescoço de Floyd, que já estava algemado, asfixiando-o até a morte. Ele havia sido detido por suspeita de usar uma nota de 20 dólares falsa em um mercado.
 
A morte de Floyd despertou uma onda de protestos em todo o mundo por igualdade racial e contra a violência policial, impulsionando o movimento "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam) e a discussão sobre racismo. George Floyd repetiu "eu não consigo respirar" por 27 vezes enquanto Chauvin o sufocava, durante 9 minutos e 29 segundos. O ex-policial de Mineápolis se declarou inocente e pode pegar até 40 anos de prisão se for condenado pela acusação mais grave.
 
 
Editora-chefe: Lavínia Carvalho.

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