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23/04/2021 às 16h24min - Atualizada em 23/04/2021 às 16h19min

Nasa completa segundo voo com Ingenuity

Missão segue provando a possibilidade de voar em outro planeta e abre caminho para futuras missões em Marte

Thiago Oliveira - Editado por: Celine Almeida
Nasa
NASA / JPL-Caltech /ASU /MSSS

O helicóptero Ingenuity está na ativa e já completou seu segundo voo em Marte. Dos centros de comando do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em Inglês), a missão conseguiu ser pioneira em mais um capítulo da exploração espacial, ao mostrar ser possível guiar um voo em outro planeta. 

A missão ambiciosa faz parte da Perseverance Mars 2020, lançada em  julho do ano passado e chegando ao planeta vermelho em 18 de fevereiro deste ano. 

Seu objetivo principal é estudar a microbiologia e a astrobiologia do planeta por meio do recolhimento e armazenamento de fragmentos do solo lunar, que devem ser recolhidos em missões futuras a partir de 2031. 

Para isso a equipe da missão escolheu a cratera de Jezero, onde os cientistas acreditam que há 3,5 milhões de anos existia um lago alimentado por um rio, que formava um delta, onde acredita-se que possa haver informações sobre a atividade orgânica do planeta.

O Helicóptero

Acoplado no rover Perseverance, o dispositivo voador pesa cerca de dois quilos e sua missão foi provar que é possível voar remotamente em Marte. A missão tem 30 dias marcianos para fazer testes com o equipamento, que já determinou a viabilidade desse tipo de voo.

O Vôo

No dia 19, o Ingenuity voou por 40 segundos a uma altura de três metros. Esse feito foi custeado em US $85 milhões (cerca de R$ 467 milhões). A Nasa já disponibilizou alguns vídeos desse voo histórico, que mostram o helicóptero pairando por alguns segundos.

Um dos principais obstáculos da missão é a atmosfera rarefeita de Marte, que é cerca de 1% à da Terra. Isso exige que as pás do rotor do sejam maiores e gire mais vezes para que o veículo se mantenha no ar.

Enquanto na Terra suas pás giram cerca de 500 vezes por minuto, no planeta vizinho esse número chega a 2500 rotações. Isso obriga que a energia gasta no processo seja maior, fazendo com que o Ingenuity precise descansar alguns dias para recarregar as baterias, antes de uma nova missão.



“O Ingenuity é um experimento de tecnologia. Como tal, nosso plano é ir além e aprender fazendo. Corremos riscos que outras missões não podem, avaliando cada etapa com cuidado”, afirmou a Nasa em comunicado.

No seu segundo voo, aumentaram as expectativas e com elas os perigos. Por 51,9 segundos o veículo pairou a uma altitude de cinco metros, contra os três do primeiro voo.

“O helicóptero parou, pairou no lugar e fez curvas para apontar sua câmera em diferentes direções, então ele voltou para o centro do campo de aviação para pousar. Parece simples, mas existem muitas incógnitas sobre como pilotar um helicóptero em Marte, e é por isso que estamos aqui”, declarou o piloto-chefe da Ingenuity, disse Håvard Grip.

A missão deve fazer mais quatro tentativas de voo e a expectativa é que eles sejam cada vez maiores e mais altos.

Todo o processo é controlado pelos laboratórios da Nasa em Pasadena, na Califórnia.

 

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