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14/05/2021 às 16h39min - Atualizada em 14/05/2021 às 16h30min

Robô da USP tem êxito na predição de mortes por complicações respiratórias

Sttéfani Peres - Editado por Manoel Paulo
Freepik
Cientistas do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps) da Universidade de São Paulo (USP) obtiveram sucesso em um grande número de predições de mortes por doenças respiratórias, com o uso de inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina).

Foram analisados os dados de moradores da cidade de São Paulo com 60 anos ou mais, fornecidos pela Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento). Estes dados foram coletados em 2006 e 2010, e traziam informações de 1.767 pessoas. A Covid-19 não fez parte das análises.

Foi realizada uma classificação do menor ao maior risco de falecimentos por doenças respiratórias e, usando os sistemas de inteligência artificial, foram identificadas até 88% de mortes por esta causa. No conjunto das doenças que apresentam maior risco (25%), constavam 100% de mortes respiratórias.

O programa de machine learning, de forma bem resumida, consiste em identificar padrões em um grande volume de informações. Neste caso, ocorreu o cruzamento de duas informações diferentes: os dados da Sabe, informando pessoas que tiveram doenças respiratórias, e os dados de mortes do município de São Paulo nos mesmos períodos. Assim, o algoritmo apresenta os padrões e os resultados da pesquisa.

A aplicação não foi originalmente idealizada para a população, mas sim para profissionais de saúde. O diretor do Labdaps, Alexandre Chiavegatto Filho, afirma que o uso dessa tecnologia abrirá “um leque de possibilidades de iniciar medidas preventivas ao ponto de conseguir evitar que a morte ocorra”.

A equipe do Labdaps procura compreender quais informações seriam mais úteis para os médicos que utilizassem a aplicação, que ainda se encontra na fase de estudos. "Às vezes muito detalhe pode ser muito complexo, e o médico pode acabar ignorando a informação. E com poucos detalhes o médico pode acabar não confiando nesse resultado", diz Chiavegatto Filho.

Antes de sua disponibilização, será realizado um estudo cedendo o programa para um grupo de médicos, e um segundo grupo não receberá a aplicação. Com isso, os pacientes de cada grupo de profissionais serão acompanhados. Após essa fase de teste, o programa será oferecido a uma rede de 30 hospitais pelo país, através de uma plataforma financiada pela Microsoft e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), a RandomIA.
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