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27/05/2021 às 18h44min - Atualizada em 27/05/2021 às 18h43min

Fungo Mucormicose: infecção rara e mortal atinge Índia em meio ao caos da Covid-19

O fungo é uma infecção que tem sido cada vez mais encontrada entre pacientes que se recuperaram do coronavírus

Giovanna Carvalho - Editado por Manoel Paulo
Foto: Mayank Makhija

Nas últimas semanas, 9 mil casos de mucormicose foram relatados na Índia em 23 dos 36 estados. Hoje o país indiano enfrenta a maior média de mortes e casos de Covid diárias no mundo, além de problemas com a vacinação. Houve pelo menos 90 mortes, dois estados declararam epidemia e o governo tornou a doença como notificação obrigatória. 

 

Também conhecido como “fungo preto”, é uma infecção rara provocada por um fungo chamado Mucor, que é causado em superfícies úmidas comumente encontrado no solo, plantas, esterco e frutas e vegetais em decomposição. Possui alta taxa de mortalidade, sendo de 50% entre os infectados.
 

Existe uma relação entre a doença e a pandemia de coronavírus. Foram registrados milhares de casos entre pacientes que se recuperaram de Covid-19 ou estavam em processo de recuperação. A relação está nos esteroides para tratar a doença. 
 

 As pessoas que correm maior risco de contrair a infecção são diabéticos, imunocomprometidos, pacientes de Covid-19, quem toma esteroides e quem possui comorbidades como câncer e transplante de órgãos, segundo o Ministério da Saúde da Índia.   
 

Porém, o Ministério disse que não significa que todos os pacientes de coronavírus serão infectados por mucormicose, pois é incomum a pessoas não-diabéticas. Uma pessoa sã, sem problemas maiores com imunidade, não deve temer contágio 
 

Esse fungo não é novidade, ele pode ser encontrado por todo o globo, naturalmente segundo especialistas. A preocupação é com a infecção causada em pessoas debilitadas pelo coronavírus. Um estudo indiano publicado na revista “Microorganisms” diz que o fungo é 70 vezes mais prevalente no território indiano do que no resto do mundo. Isso porque no país há uma taxa mais alta de diabetes não controlada, além do clima quente e úmido.  

 

Sintomas 
 

Os pacientes que contraem a infecção por fungos geralmente apresentam sintomas de congestão nasal e sangramento. Além disso, inchaço, dor nos olhos, visão turva, pálpebras caídas e em casos mais graves, a perda de um olho.  
 

Segundo médicos, a maioria dos pacientes chega tarde para avaliar o tratamento, quando já estão perdendo a visão. Então, os profissionais precisam remover em cirurgia o olho afetado, para assim evitar que a infecção chegue ao cérebro 

 

Tratamento 
 

A doença é tratada com uma injeção intravenosa antifúngica que deve ser administrada todos os dias por até oito semanas, e o medicamento é o único eficaz contra a doença. A recuperação do paciente depende de quão precocemente a doença foi diagnosticada e tratada. Em casos mais graves, há a necessidade de cirurgia, para cortar tecido morto ou infectado. 
 

O governo, após emitir notificação obrigatória da doença, fez uma revisão detalhada do número crescente de casos de “fungo preto” em vários estados, e distribuiu frascos adicionais de Anfotericina B (medicamento antifúngico) para todos os territórios no dia 23 de maio, último domingo. Porém, o país está com falta desse medicamento, imprescindível para o tratamento da infecção, então o governo lançou um pedido global de ajuda.   

 
Uruguai

No último 26 de maio,o jornal uruguaio 'El País' informou o caso de um homem de 50 anos que se recuperou da Covid-19, mas foi infectado pelo fungo negro. 

Segundo o jornal, o paciente começou a apresentar os primeiros sintomas do fungo negro 10 dias após a recuperação da Covid-19.


O infectologista Henry Albornoz, que está cuidando deste paciente, disse que não é possível especificar se esse é o primeiro caso no Uruguai  porque a mucormicose não é relatada como um evento exclusivo de pacientes com Covid-19.

A contaminação pelo fungo negro é só um aviso de como a Covid-19 debilita o sistema imunológico do paciente e que acaba abrindo portas para outros tipos de infecção.

 

 

 
 

 


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