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31/05/2021 às 22h44min - Atualizada em 31/05/2021 às 22h23min

Uma análise sobre o Mercado de Luxo

O mercado de luxo foi pouco afetado pela pandemia. Afinal esse mercado é voltado principalmente à classe mais alta

Leonardo Leão - Editado por Ynara Mattos
Getty Image

Essa pandemia fez com que muitos setores da economia saíssem bastante prejudicados, principalmente no ponto de vista financeiro. Mas, também teve aqueles que se beneficiaram ou simplesmente superaram essa crise, como é o caso do mercado de luxo. Muitos setores desse mercado, como os de carros de luxo, conseguiram passar por esse período quase sem dificuldades.

O jornalista e especialista em mercado de luxo, Claudio Prado Jr, diz que houve um crescimento nas vendas desse mercado, fortemente impulsionado pelas vendas online, durante os seis meses anteriores e os seis meses posteriores ao início da pandemia.

Ele ressalta o poder aquisitivo do público do mercado de luxo e suas motivações para adquirir um produto de alto padrão. A renda dessas pessoas não sofreram fortes alterações devido à pandemia e elas podem consumir bens de luxo tanto por status quanto por estilo de vida. As classes mais altas podem adaptar suas prioridades e realocar quantidades financeiras durante a pandemia, sem perder o acesso ao luxo.

O mercado global de luxo vem em recuperação segundo uma pesquisa recente realizada pela consultora Bain & Company. Na pesquisa, é apresentado um crescimento no primeiro trimestre deste ano, entre 0% e 1% em relação a 2019. A China vem impulsionando o mercado de bens de luxo, o país aumentou sua participação para 48%, mas as expectativas para o futuro são bem cautelosas. A completa recuperação pode só acontecer em 2022, o esperado é que o mercado alcance entre 250 e 295 bilhões de euros.


Um dos sinais de recuperação do setor foi a valorização das ações da LVMH, um grande conglomerado do mercado de luxo. Que fez com que seu dono, o empresário francês Bernard Arnault conquistasse o posto de homem mais rico do mundo na semana passada, durante algumas horas. O grupo possuí mais de 70 empresas em seu portfólio, incluindo algumas marcas famosas como Louis Vitton, Tiffany e TAG Heuer.

Claudio aponta para o fato das marcas de luxo, em grande parte, pertencerem a poderosos grupos multimilionários, como é o caso do Grupo LVMH. Esse grupo é resultado da união dos grupos Moët et Chandon e Hennessy e depois com a Louis Vuitton. Outros destaques do jornalista foram o megagrupo Kering, dono da Gucci, Balenciaga, dentre outras, além do grupo Richemont, proprietário da Piaget, Cartier e outras marcas.


Para Claudio Prado Jr as marcas que estão em mais evidência, são aquelas que ocupam os sonhos de consumo da maioria das pessoas. Ele cita alguns exemplos no setor de carros de luxo, como Ferrari, Lamborghini, BMW e Audi. Já na moda, joias e acessórios são marcas como Chanel, Cartier, Rolex e Giorgio Armani. Ele ainda ressalta que a lista pode ser ainda maior, pois os produtos de luxo são inesquecíveis e marcantes.

O especialista afirma que os bens de luxo são por si só investimentos, afinal a qualidade total é uma das principais características deste produto. Além do fato deles serem, em muitos casos, produzidos em quantidades limitadas, tornando-os mais valiosos com o passar dos anos. Eles podem alcançar preços elevados, acima do valor original, em um leilão, por serem tanto peças de colecionadores quanto objeto de desejo.
 

"Um Rolex, por exemplo, de 100 mil reais, tem muito mais mercado e velocidade de venda, que um veículo de 100 mil reais."


O mercado brasileiro e as perspectivas para o futuro


O mercado brasileiro de luxo foi um dos menos afetados pela pandemia. Em 2020, a receita do país com consumo de luxo foi de R$ 25,4 bilhões, uma queda de 11% se comparado ao ano anterior, porém no mercado mundial a retração foi de 13,8%. Vale ressaltar, que desse montante no mercado nacional, R$ 14 bilhões foi devido à venda de carros. Já o setor de imóveis de luxo, alcançou no ano passado o seu melhor resultado desde 2014 e ainda espera um aumento superior a 20% do mercado, até 2023.

Segundo estimativas da Euromonitor, o mercado nacional de luxo deve atingir R$ 29 bilhões até 2023. O Brasil seguirá acompanhando o crescimento no mercado mundial até 2025.
 



Quanto ao futuro, Claudio aponta para o aumento nas produções de bens de luxo e o crescimento desse mercado em países como China e Índia. Além da busca das empresas por atender esses novos públicos. Ele conclui que se trata de um mercado que sempre irá liderar e crescer, pois, é baseado em pesquisas voltadas para satisfazer as expectativas de seu público.

Claudio Prado Jr. destaca que o mercado de luxo foi feito para quem pode adquiri-lo, afinal tanto os preços quanto os serviços são condizentes com a exclusividade e excelência que são criados. Ele reconhece a importância das redes sociais para o segmento na visibilidade e no acesso, mas ressalta a ligação desse mercado com a experiência proporcionada pelas lojas físicas.


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