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17/06/2021 às 02h01min - Atualizada em 17/06/2021 às 02h01min

Federações estaduais vão decidir se a liga independente será implementada

Assembleia geral, instância máxima da CBF, que não tem participação dos clubes, terá o poder de decidir se a liga será criada

Paulo Octávio - Editado por Nayra Antunes
CBF pode deixar de comandar o Campeonato Brasileiro. Foto: Fernando Frazão/ABR
Dezenove dos 20 clubes da Série A assinaram um documento para criação de uma liga independente de futebol. O objetivo é que os próprios clubes administrem o Campeonato Brasileiro, hoje administrado pela CBF. O Sport não participou da reunião porque está em processo eleitoral para escolha do seu novo presidente, após  Milton Bivar pedir renúncia. Intenção é colocar a medida em vigor em 2022.  
  
“O objetivo principal dessa liga é garantir novas receitas para que os clubes aumentem os seus recursos e tenham uma vida financeira mais saudável, com a possibilidade de organizar um calendário favorável aos interesses das instituições”, disse o presidente do Internacional
Alessandro Barcellos, para à Folha de São Paulo.  
  
Porém, o estatuto da CBF diz que a decisão dessa mudança cabe à Assembleia Geral Administrativa, instância máxima da entidade, comandada pelas federações estaduais. Para a alteração ser aprovada é preciso haver um equilíbrio de forças entre as instituições, e isso será discutido em breve. 

 
“Sem um acordo político, as chances jurídicas de uma liga independente se concretizar são mínimas. A FIFA controla um sistema transnacional que impõe obrigações a todos os atletas e clubes. Penso que a CBF e a Conmebol teriam o apoio dela para suspender todas as partidas, os jogadores e os clubes que porventura rompam com a confederação”, explica Wladmyr Camargos, advogado e ex-membro da confederação sul-americana para à Folha.
  
CBF age discretamente para enfraquecer ideia da Liga e entende que os clubes não vão conseguir implementar essa ideia. Já o presidente
 da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, declarou-se a favor da medida: "A FPF entende o movimento dos clubes, torce para que dê certo e espera que a Liga tenha uma gestão profissional". Os outros mandatários estaduais não se pronunciaram ou afirmaram esperar novas reuniões para decidir se são favoravéis. 
 
Em suma, as agremiações querem alterar o estatuto para poder participar da Assembleia Geral e alterar as regras das eleições presidenciais. Atualmente, as federações têm peso três nos votos dos pleitos de comando. Enquanto os clubes da Série A tem peso dois, e os da segunda divisão, um. 

O presidente do São Paulo
Júlio Casares afirmou à TNT Sports que dar mais poder para os times é outro objetivo da liga. “Não há nenhum conflito com a CBF. Nós colocamos de forma objetiva alguns fatores. O primeiro é a igualdade na votação e os clubes devem ter paridade no peso da votação". Para Júlio Casares, "o clube é a essência do futebol", e lembra que a CBF e as federações também podem ganhar com isso. Em resposta, a CBF se pronunciou sobre a articulação dos clubes e soltou uma nota oficial. 
 
"Nesta terça-feira, 15, o Presidente Antônio Carlos Nunes, Vice-Presidentes, Secretário Geral e Diretores da entidade estiveram reunidos com os representantes dos clubes disputantes da Série A do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, os clubes apresentaram uma carta com solicitações coletivas, que serão objeto de análise interna por parte da CBF” , disse a entidade.
  
Ainda não se sabe se a liga pretende promover mudanças no regulamento do torneio e na divisão de cotas de patrocínio e de televisão. Isso será decidido em novas reuniões ainda sem datas. 
Sobre a possibilidade de virada de mesa e trazer de volta à Série A clubes como CruzeiroVasco e Botafogo, já foi rechaçada pelos presidentes dos clubes. 

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