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17/06/2021 às 19h09min - Atualizada em 17/06/2021 às 17h24min

Comportamentos e gastos com pets causam abandonos

Situações são contornáveis. Saiba o que fazer para resolver o problema e veja também o que deve ser levado em conta na hora de adotar

Thays Silva - Editado por Andrieli Torres
Foto: Thays Silva
O ano de 2020 foi repleto de boas notícias para quem gosta de pets. Com a pandemia, veio uma explosão de adoções de animais e alguns abrigos chegaram a ficar sem nenhum pet. Apesar das comemorações, em 2021 já observamos uma situação diferente: uma explosão de abandonos.

Os números são preocupantes. Enquanto nos meses de maio a julho de 2020, a Uipa (União Internacional Protetora dos Animais) observou um aumento de 400% na procura por animais, de julho/2020 a fevereiro/2021 o abandono dos bichinhos subiu 61,6%, conforme levantamento da Ampara Animal.

Os motivos apresentados para o abandono são vários. Os principais são mudança de casa, fatores econômicos, perda de interesse, comportamento indesejado e ninhadas inesperadas, conforme estudo da fundação Affinity. Todos poderiam ser contornados com planejamento antes da adoção. Isso porque diversos fatores são deixados de lado quando a adoção é levada em conta, entretanto essas questões não deixam de existir e irão afetar o tutor.

Comportamentos indesejados, por exemplo, exigem paciência. Algumas atitudes que as pessoas não gostam, fazem parte da natureza do cão e de outros pets e é necessário que o animal seja educado para abandonar esses comportamentos. Esse processo exige tempo e paciência.

Segundo a educadora canina Francine Hernandez, o período de adaptação do cachorro, ou seja, logo que ele chega na nova casa, é o melhor para que ele aprenda o que pode e o que não pode fazer.

“O comportamento indesejado vem pela falta de controle ambiental e pela falta de instrução ao receber o cão na nossa casa. Quando ele chega e está em período de adaptação, essa é a melhor hora para ensinar o que é certo e o que é errado”, explica.


Uma das principais reclamações dos tutores em relação ao comportamento de um cão é a destruição de objetos. Entretanto, conforme a especialista explica, isso geralmente ocorre porque o cachorro está ansioso ou porque a rotina dele não está estruturada. O enriquecimento ambiental, como brinquedos e brincadeiras, por exemplo, pode ser a solução para este problema. Enriquecimento ambiental também resolve um outro problema que os tutores reclamam: latidos excessivos.

Outra questão que causa dor de cabeça é quando o animal faz as necessidades no lugar errado. A situação também pode ser contornada de maneira fácil, ignorando os erros e elogiando os acertos do cão.

Mais um ponto importante, e que é uma das razões do abandono, é o preparo financeiro: “O problema é que a gente tem aquela noção de cachorro de pátio, que come resto de comida e não dá gasto nenhum. Mas, o conceito de cachorro de família é bem diferente. Ele está se tornando um filho. Então, é importante se pensar que vai ter gasto com vacinação, veterinário, alimentação, e, tudo isso, é um custo mensal alto”.

Como indicou o estudo da fundação Affinity, outro motivo para o tutor desistir do pet é a mudança de casa. A Francine explica que a adaptação do cão a um novo lar não só é possível, como é bem tranquila: “Abandonar um cachorro em mudança não é justificável, especialmente se a família já tem uma rotina estruturada. Ele vai se adaptar à casa nova muito antes dos humanos”.

 

Se você pretende adotar um pet, fique atento para as dicas da Francine sobre o que deve levar em conta:

Gastos mensais: vacinas, veterinário, alimentação, banho, tosa, emergências.
Tempo: o pet exige tempo para educação, passeios, alimentação.
Energia: deve-se escolher um pet que tenha um nível de energia compatível com o tutor. Exemplo: uma pessoa com pouco tempo ou um idoso deve pensar em cães menos ativos, idosos ou raças que sejam mais tranquilas.
Espaço físico: importante observar se a raça irá se adequar ao ambiente. O Shih Tzu, por exemplo, é mais propenso a latir ao ouvir barulhos estranhos, e pode não ser o mais indicado para apartamentos com lei de silêncio. Já o Dachshund, o “salsicha”, tem um nível de energia muito alto, que pode não ser compatível para o ambiente de apartamento.

 

Já adotou e está tendo problemas com o comportamento? Se liga nas dicas:

- Organize uma rotina para o animal. Ter tarefas e horários organizados auxilia o cão a adaptar seus comportamentos e compreender melhor o mundo à volta.
- Busque aprender mais sobre o animal. Os animais compreendem as coisas de forma diferente, então talvez você pense que está ensinando, quando está, na verdade, incentivando um comportamento errado. Um exemplo disso é o ato de brigar. Apesar de parecer lógico que brigar vai inibir uma atitude errada, para o cão a briga nada mais é do que atenção dada pelo dono. Portanto, brigar pode incentivá-lo a cometer um erro para receber atenção do tutor.
- Entenda que para o cão mudar, o dono precisa mudar também. É preciso adaptação, aprendizado e mudança de atitudes para reeducar o pet.
- Procure um profissional
- E a última e mais importante dica nas palavras da Francine: “Em todas as situações, a gente não precisa desistir do animal. Tudo tem solução”, revela.

 
Quer mais dicas para lidar melhor com o seu cão? Já aproveita e segue a Francine nas redes sociais para aprender mais sobre educação canina: https://www.instagram.com/dogcult_/

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