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01/07/2021 às 22h42min - Atualizada em 01/07/2021 às 22h36min

Onde está a vacina, gente?

A espera por uma dose de esperança: a vacina que protege da Covid-19

Fernando Azevêdo - Editado por Andrieli Torres
Reprodução: Unsplash
Me chamo Lara, sou consultora de marketing e tenho 27 anos. Estou em quarentena, me protegendo de um vírus fatal, sem saber quando tudo terá fim. Mais uma brasileira que assiste ao caos diário provocado pelo coronavírus. Centenas de pessoas, trajetórias e sonhos indo embora todos os dias. É desesperador.
 

Tomo meu café e olho para a tela iluminada no balcão. Uma notificação me espera. Será do trabalho enfadonho ou será uma fofoca das boas? Logo vejo que, na verdade, trata-se de um vídeo enviado pelo Instagram. Ismael, amigo estadunidense que conheci no aplicativo do curso de inglês, fez registros no último show da banda Foo Fighters, em Nova York. Estava tudo lindo, nem parecia ser 2021. Que gatilho!

 

Me chateia muito que eu tenha que ficar presa em casa, local que, inclusive, virou meu escritório, enquanto o mundo aos poucos volta aos eixos. Alguns países já têm um bom nível de vacinação e permitem que as medidas de proteção sejam reduzidas. Outra semana o Ismael me mandou fotos em um torneio de tênis. Ele sempre está em um novo evento. 

 

Sempre falo com o Ismael e ele lê meus desabafos mal escritos em inglês sobre como eu desejo o fim desse confinamento. Preciso de uma festinha segura. Ser brasileira em tempos de pandemia realmente não tem sido fácil. Cadê minha vacina, gente? 

 

Me aquieto, respondo o vídeo com um "aaaaaa awesome!" (aaaaa incrível!) e coloco o copo do café na pia. Estou decidida a não acompanhar o noticiário hoje. Só mais um dia de quarentena no Brasil. Fico mais segura em casa e lido com isso, mas às vezes parece que não mais aguentarei. Hoje, penso que quero conhecer os Estados Unidos, encontrar o Ismael e mais alguns amigos do curso.

 

Mergulho em um livro, pois acredito que não haverá demandas do trabalho na próxima hora. Meu passatempo favorito! As únicas viagens que tenho conseguido fazer envolvem castelos medievais nos quais uma princesa sempre espera um príncipe que a "salve", quando na verdade o dote dela impede que ele tenha que pedir dinheiro em praça pública. Enquanto isso, ainda espero minha vacina para, verdadeiramente, me salvar. 


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