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15/07/2021 às 19h45min - Atualizada em 15/07/2021 às 19h11min

A diferença salarial em Hollywood

Atrizes denunciam disparidade salarial e pedem por mais direitos iguais

Thamires Trindade - revisado por Jonathan Rosa
Ilustração de um filme clapper (Foto: Reprodução/ Marat Musabirov e Andrii Sedykh)

Dados do Fórum Econômico Mundial mostram que no ritmo atual, serão necessários 257 anos para que a desigualdade de gênero no trabalho seja superada. De acordo com o jornal The Guardian, os artistas do sexo masculino ganham 1 milhão de dólares a mais por filme, do que as mulheres. 

 

Após a empresa Sony ter e-mails hackeados, foi divulgado que as atrizes Jennifer Lawrence e Amy Adams, que atuaram no filme Trapaça (2013), tiveram uma remuneração menor que os atores Bradley Cooper, Christian Bale e Jeremy Renner, que também atuaram no filme.


Essa diferença remuneratória causou revolta em muitas pessoas. As atrizes de Hollywood decidiram usar a voz para denunciar a disparidade salarial, que é recorrente. De acordo com o G1, a atriz Charlize Theron disse que precisou insistir para que tivesse o mesmo salário de Chris Hemsworth ao atuar no filme A Branca de Neve e o Caçador (2012).

Já a atriz Robin Wright exigiu que tivesse o mesmo salário que o ator Kevin Spacey, para atuar na série House of Cards. De acordo com a revista Forbes, a atriz faturou 420 mil dólares por episódio, enquanto Spacey recebia 500 mil, segundo o site Business Insider.

E não para por aí, quem também teve problemas com diferença salarial foi a atriz Viola Davis, conhecida por interpretar a advogada Annalise Keating na série How To Get Away With Murder. Viola afirma que os salários e oportunidades para ela são ainda menores que de muitas outras atrizes, como Meryl Streep, mesmo que, segundo ela, tenha percorrido o mesmo caminho na carreira. 

Segundo a revista Variety, no evento Women in the World Salon, que aconteceu em 2018 em Los Angeles (EUA), a atriz fez um discurso e afirmou

“Eu tenho uma carreira que provavelmente é comparável a de Meryl Streep, Julianne Moore, Sigourney Weaver. Todas são contemporâneas de Yale, da [escola de música e artes cênicas] Julliard, da Universidade de Nova York. Todas percorreram o mesmo caminho que percorri e ainda assim não chego nem perto delas no que diz respeito a salário e oportunidades de trabalho. Nem um pouco”.

Viola Davis também foi a primeira negra a receber o prêmio Emmy de melhor atriz em drama. Na premiação, Viola falou sobre a falta de oportunidades para mulheres negras. Confira o discurso abaixo: 
 

Discurso de Viola Davis no Emmy Awards de 2015 (Reprodução: Youtube)


Para mudar essa realidade, o Time’s up  é um movimento que surgiu com o intuito de buscar propostas e iniciativas que garantam segurança e igualdade de direitos para mulheres no ambiente de trabalho. Criada em 2019, a partir de uma campanha, mulheres de diversas áreas ligadas ao audiovisual desenvolveram um fundo para arrecadação de dinheiro e ajuda a mulheres em situações de  vulnerabilidade. De acordo com a BBC, mais de 300 atrizes, escritoras e diretoras fizeram parte da campanha, que conseguiu arrecadar 21 milhões de dólares em apenas um mês. 

O projeto foi inspirado no movimento #Metoo, que ganhou visibilidade em 2018 quando grandes atrizes e cantoras de Hollywood, como Angelina Jolie e Lady Gaga, denunciaram casos de abuso e assédio.

Hollywood é uma grande indústria, mas que não deixou de causar injustiças a atrizes renomadas, como Angelina Jolie, que ganhou metade do salário de Brad Pitt, para atuar no filme Sr. e Sra. Smith. Pitt recebeu 20 milhões de dólares, enquanto Jolie ganhou 10, segundo informações da revista Monet. Iniciativas como o Time’s up mostram como mesmo ganhando fama e visibilidade, ainda é necessário lutar por melhores condições.


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