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29/07/2021 às 18h46min - Atualizada em 29/07/2021 às 18h26min

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Uma data que é reflexo de luta e resistência

Adélia Lima Sá - Editado por Talyta Brito
Reprodução/ Portal Geledés
Todos os dias são importantes para ecoar e colocar em evidencia temáticas que devem ser discutidas em sociedade, como é o caso do dia 25 de julho, considerado internacionalmente como ‘Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha’. Essa data contém um peso histórico e social muito grande, sendo necessário o destaque e compreensão que merece.

Não é uma realidade atual, há anos a mulher luta por igualdade de gênero nos mais diversos cenários da sociedade, vale destacar que quando se trata de uma mulher negra, as dificuldades se intensificam, pois além do sexismo, passam pelo racismo de forma cotidiana. Com isso, datas como essa são de extrema necessidade para propagar a reflexão e influenciar em mudanças no meio social.

O dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha surgiu em 1992, em meio ao alto índice de violência da população feminina negra, sendo analisado pelo mapa da violência. No Brasil, por exemplo, a população em questão, de acordo com o Instituto Brasiliero de Geografia e Estatística (IBGE) soma mais de 53% da população, apesar de somar a maior parte da sociedade brasileira, as oportunidades são menores para esse grupo, assim como a que mais sofre com o feminicídio, fome e desemprego.

No Brasil, dia 25 de julho também é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela é um nome de extrema importância no país, pois se trata de uma mulher que lutou e resistiu a escravidão, por ser uma líder quilombola durante duas décadas no século XVIII. Ela travou uma luta pelo bem viver/ liberdade da comunidade indígena e negra.

Mulher negra na literatura

Na literatura muitos são os grandes nomes femininos Latino-Americana e Caribenha que se destacam e que atingem os mais diversos públicos. Nesta matéria, Maria Firmina dos Reis, mulher, negra e maranhense passou por diversos obstáculos em seu período de escrita e publicação. É possível observar as dificuldades que uma mulher negra na literatura enfrenta até pós morte, pois no caso de Maria Firmina, mesmo sendo a primeira escritora a escrever romances no país, trazer a temática da escravidão em seus livro, com o veemência e de forma singular, pouco é conhecida e prestigiada. 

As dificuldades em relação ao gênero e a raça, pode ser observado logo nas primeiras páginas de sua obra mais divulgada, 'Úrsula, publicada em 1859':

Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e que corrigem; com uma instrução misérrima, apenas conhecendo a língua de seus pais, e pouco lida, o seu cabedal intelectual é quase nulo.


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