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06/08/2021 às 14h25min - Atualizada em 06/08/2021 às 13h53min

Lá e de volta outra vez

Novamente dentro das salas de aula, os professores seguem fazendo um difícil, mas fundamental trabalho!

Letícia Aguiar - Editado por Talyta Brito
Reprodução
O ponteiro do relógio marca 07 horas da manhã e lá está ela, ensinando crianças e adolescentes o “Nice to meet you”, “What is your name?”, e muitas outras expressões e palavras que fazem parte da Língua Inglesa. Letícia Ramos, 22, é professora de Inglês. Como muitos outros professores, após tanto tempo longe das salas, a “teacher” está de volta, exercendo sua profissão com amor em meio a tantas dificuldades. 
 
Pandemia, medo de se contaminar, medo de pegar o transporte público, são muitos os medos de Letícia. Quando começaram as aulas online ela passou por momentos muito conturbados, enfrentou a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, sentiu-se exausta, tanto fisicamente, quanto psicologicamente.
Porém, dona da arte de lecionar, decidiu prosseguir seu caminho. Segundo ela, “não há nada mais gratificante que fazer a diferença na vida de uma criança”. Agora, novamente no “ao vivo e a cores”, a professora de Inglês conseguiu se adaptar melhor às adversidades do novo normal e se sente feliz por voltar às salas, mas enfatiza que a pandemia não acabou e é preciso manter todos os cuidados. “Hoje eu já me sinto mais segura, principalmente com o avanço da vacinação, contudo, é preciso continuarmos nos cuidando, pois ainda estamos em uma pandemia”, disse.

Embora o tema ainda divida opiniões, não há como negar que esses últimos tempos tem sido turbulentos para a educação. De acordo com uma pesquisa do Insper, o conhecimento em Matemática e Português, de estudantes que concluíram o 2° ano do ensino fundamental, ficou, na média, muito parecido ao que eles já tinham no início da série.
Em entrevista a Revista Veja, a psicopedagoga Neide Noffs fala que apesar de ser muito fácil obter informação através da internet, é somente por meio de um ambiente favorável, da mediação de um mestre capacitado e da colaboração entre pessoas que essa informação vira conhecimento.
Esse saber compartilhado é reconfortante para Luana Amorim, 17 anos. “Enem”, “escolha de profissão”, “decisões”, “despedidas”, já são palavras familiares ao vocabulário de “Lua”, como seus amigos carinhosamente a chamam. Em seu último ano do Ensino Médio, a estudante não via a hora de estar ouvindo novamente o som do piloto ao riscar o quadro branco. “Me sinto aliviada em finalmente poder voltar às aulas presenciais, de ter a rotina movimentada de volta, rever meus amigos e professores. Ainda mais por estar no último ano do colégio e querer aproveitar ao máximo esses últimos meses”, afirmou.
Mas Luana não é a única, segundo dados do Censo Escolar, do MEC e da Unesco, são 47,1 milhões de crianças e adolescentes voltando às salas de aula Brasil a fora, com exceção de Roraima. O retorno acontece depois de 53 semanas de salas atipicamente vazias.
Entretanto, diferente de Letícia Ramos e Luana Amorim, a professora de Língua Portuguesa, Alex Sandra, 45, continua exercendo seu trabalho no formato online. Algumas frestas de sol pela janela, televisão desligada, livros à mesa, é assim que Alex Sandra faz suas correções, na sala de seu apartamento, depois de mais uma aula remota. A professora está desde o início da pandemia trabalhando de home office, e no começo, tudo era bastante complicado. “No início foi muito difícil por conta da falta de contato direto com os alunos e a pressão para me adaptar às ferramentas virtuais. Hoje está bem mais fácil”, falou.

Alex Sandra tem saudade do contato direto com seus alunos, mas ainda não se sente segura para um retorno presencial. “Acho bastante arriscado para todos. Nossos adolescentes ainda não estão vacinados e nossas escolas estão despreparadas para recebê-los”, afirmou.
Concordando ou não com o retorno às aulas, existe uma coisa que é unânime: os nossos educadores são peças fundamentais nas nossas vidas. Dentro dessa maré de desvalorização à educação, é preciso sempre lembrar: os professores merecem toda a nossa valorização, respeito e o mais profundo dos agradecimentos. Seja qual for o seu caminho na vida, com certeza, lá no fundo da sua memória, sempre haverá um professor marcante!

 
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