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11/08/2021 às 00h11min - Atualizada em 11/08/2021 às 00h04min

Fotojornalismo: Desafios e Características

19 de agosto é o Dia Mundial da Fotografia, uma profissão que capta momentos e eterniza histórias

Ariel Vidal - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: João Gabriel Alves/Arquivo.

19 de agosto é o Dia Mundial da Fotografia. Criada por Joseph Niépce, este marco trouxe o reconhecimento a uma técnica que Leonardo da Vinci contribuiu para época, com o uso de câmera obscura, técnica mais tarde comprovada pelo físico alemão Johann Heinrich Schulze, em 1727. A fotografia também é celebrada em outras datas, pois marcam momentos e novas tecnologias da história, que por um tempo ganhou força por ser uma profissão capaz de captar momentos e eternizar histórias. 

É certo que a profissão está relacionada ao jornalismo, principalmente aquela que busca registrar o fato, sem poses, como por exemplo, na época das fotografias de guerras; essas de extrema importância para as investigações, denunciando os acontecimentos que estavam obscuros aos olhos do povo. Lucas Neves, repórter fotográfico/cinematográfico, conta que a sociedade é imagética, pois a fotografia se torna até didática para complementar o que ocorreu. A imagem, além de informar, tende a conscientizar também. Ao vermos fotos de um hospital lotado de pacientes com Covid-19, temos um pouco mais de noção do verdadeiro tamanho da pandemia. E ao vermos fotos de um local com aglomeração, ficamos indignados. A imagem tem esse poder. Ela chega a ser didática.”, pontua.



A linguagem fotográfica traz o acontecimento de forma clara, a fim de chocar o leitor e comprovar os detalhes da informação. Segundo a pesquisa do portal de Jornalismo Colaborativo (JC), o fotógrafo deve estar atento a cada momento, e a sua intuição, sempre pautados na ética e na originalidade. Por isso, o repórter fotográfico procura sair para registrar os momentos marcantes do evento para que a imagem conte uma história e tenha um sentido para a reportagem. 

“O fotojornalismo se caracteriza principalmente por registrar o fato, sem poses ou situações manipuladas. Acredito que mesmo que um fotojornalista vá para uma pauta marcada, ele precisa ter consciência de que o trabalho dele irá se basear no acontecimento natural.”, explica Lucas sobre as características da fotografia informativa. Neves exprime desejar que sua fotografia traduza a realidade, independentemente de qualquer coisa, se despindo de achismos e ideais para conscientizar, através da criação de contrastes para combater discursos, e acima de tudo fazer denúncias.

Fotojornalismo no mercado

Na visão do fotojornalista Francisco Power, o mercado do ramo de repórteres fotógrafos está muito desvalorizado. "A nossa profissão está 'morrendo', né?", afirma o profissional que já tem grande experiência na cobertura de eventos, como Jacarezinho para o Washington Post; cobertura na Amazônia Equatoriana, Haiti, EUA, Palestina, entre outros. Power traz a reflexão de que o fotojornalismo precisa se reinventar muito mais a partir de agora do que em tempos passados. "Os profissionais precisarão buscar novos olhares e tentar chamar mais a atenção do espectador.", conta.

Segundo Lucas Neves, para que a profissão seja reconhecida é preciso que os profissionais da imprensa saibam fazer um pouco de tudo hoje, pois o mercado pode exigir isso. “O fotojornalismo não vai morrer, mas é preciso resiliência, pois ser fotojornalista não é tarefa tão simples como alguns pensam.", conclui.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho 

 

 

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