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28/10/2021 às 22h29min - Atualizada em 28/10/2021 às 21h09min

Esquecidos a sua própria sorte

Enquanto Maceió afunda, o silêncio grita

LARA ACIOLI - Editado por Talyta Brito
Reprodução/ Redes sociais

 

 

Não há mais crianças indo de um lado para outro, não há mais alegria. O que antes eram bairros lotados de histórias e vivências, hoje é deserto sem sinal de vida. 

 

O silêncio é gritante!

 

Pinheiro, Bebedouro, Bom parte, Mutange e bairros circunvizinhos têm sofrido há mais de dois anos com o silenciamento. Não há notícias em mídias de comunicação, não há informações concretas sobre medidas legais e mais, ninguém sabe o certo como realmente está a situação do solo dos bairros.



Esquecidos a sua própria sorte

 

Assim como tantos outros, Heitor Oliviera é um desses moradores que viveu sua vida toda no Pinheiro. Ele lembra com carinho de sua infância no bairro, e de como tudo era conhecido, desde as pessoas, até cada cantinho daquele bairro.

 

"Lá era muito tranquilo e familiar, conhecia todos lá, desde o meu vizinho até o cobrador do ônibus que todos os dias me levava a escola. Nunca esteve nos planos sair de lá, e do nada aconteceu. No inicio, existiu uma movimentação e as pessoas falavam sobre. Hoje, o que sinto é que as pessoas só falam sobre isso quando querem curtidas e engajamento no instagram, fora isso, não há pessoas comentando sobre."


Um sentimento sempre relatado com as pessoas que moravam lá, é a de abandono. Ninguém comenta sobre, não há informações. Apenas o silêncio.

 


Maceió afundando 


Tudo começou em março de 2018, após abalos sistêmicos foi comprovado que o solo do Pinheiro estava afundando, e esse evento era causado pela extração do sal-gema. A sal-gema é a principal matéria prima  utilizada na fabricação de soda cáustica e Policloreto de vinilanila (PVC), e a mineração dela ocorre há quatro décadas na capital Alagoana. 

 

Ao total, essa situação afeta (até o momento) cinco bairros, sendo um total de 17 mil imóveis atingidos, 64 mil pessoas já deixaram suas casas. 





 

Medidas legais 

 

Era estimado um prazo de dois anos para desocupação total e indenização das famílias, o que ainda não foi cumprido. 

 

Com a falta de resposta, há famílias que começaram a retornar para suas casas. Sem indenizações, sem esperanças, mas com um medo eminente: o amanhã. 

 

No última quinta (28) o vereador e secretário municipal Francisco Sales em um vídeo publicado em suas redes sociais, convoca a população para participar de um protesto em frente da empresa Braskem (responsável pela extração da sal-gema). O ato começa na quinta (4 de novembro) e só tem previsão para acabar quando houver uma resposta dos órgãos competentes. 

 


 


 

 

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