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12/11/2021 às 17h06min - Atualizada em 12/11/2021 às 16h49min

Novo logo do grupo, Meta, já aparece na abertura do Facebook, Instagram e WhatsApp

Companhia planeja implementar o “metaverso”, um novo tipo de ambiente digital imersivo que promete revolucionar a comunicação na rede

Isabella Baliana - Editado por Manoel Paulo

Após o anúncio no final do mês de outubro sobre a mudança de nome da empresa Facebook para Meta, outras modificações já podem ser vistas pelos usuários, como é o caso da mensagem “from Meta” na tela de abertura de todos os aplicativos do conglomerado: WhatsApp, Instagram e, claro, Facebook. Entretanto, para além das mudanças técnicas, outra novidade do grupo é o desenvolvimento de um “metaverso”: mundo virtual em que as pessoas interagem por meio de por meio de avatares digitais e outras tecnologias, como realidade aumentada e virtual.

 

Em comunicado à imprensa, o fundador e CEO do grupo Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que o novo nome da empresa significa ‘além’ e transmite o compromisso da mesma com a construção de tecnologias sociais para nos levar além do que a conexão digital torna possível hoje. Além disso, a mudança revela o desejo de ser mais do que uma companhia de mídias sociais, já fazendo uma referência ao metaverso.

 

“No momento, nossa marca está tão intimamente ligada a um produto que não pode representar tudo o que estamos fazendo hoje, muito menos no futuro. Com o tempo, espero que sejamos vistos como uma empresa metaversa. Quero ancorar nosso trabalho e identidade naquilo que estamos construindo", declarou Zuckerberg.

 

Embora tenha ganhado grande repercussão a partir do pronunciamento de Zuckerberg, o termo ‘metaverso’ foi criado há quase 30 anos, quando a internet ainda estava se estabelecendo, pelo escritor norte-americano Neal Stephenson, que o citou em seu livro de ficção científica chamado “Snow Crash”. Posteriormente, a expressão ainda foi mencionada em uma palestra do CEO da Microsoft, Satya Nadella, ocorrida em uma conferência em maio deste ano. 
 


Assim, o metaverso se situa como um universo que conecta a vida real com o mundo digital, onde cada usuário tem seu próprio avatar 3D e pode interagir com os demais, algo possível mediante o uso de tecnologias de VR (Realidade Virtual), AR (Realidade Aumentada, sensores de movimento, criptomoedas e outros.

De acordo com o fundador do Facebook, o termo pode ser definido como uma espécie de internet incorporada, na qual, em vez de apenas visualizar o conteúdo, você está nela. Assim, é algo que vai além de uma realidade virtual e de jogos de computador, embora estes constituam partes importantes do todo. "No metaverso, você será capaz de fazer quase tudo que você possa imaginar – reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar – bem como experiências completamente novas que realmente não se encaixam na forma como pensamos sobre computadores ou telefones hoje", afirmou.

Dessa forma, assim como defende Zuckerberg, por meio do metaverso também será possível fazer com que as pessoas experimentem a sensação de presença de uma forma mais natural e confortável do que as existentes no mundo virtual hoje, ao exemplo das videochamadas.

“As interações que teremos serão muito mais ricas, parecerão reais. No futuro, em vez de apenas fazer isso por telefone, você poderá se sentar como um holograma no meu sofá, ou eu poderei sentar como um holograma no seu sofá, e vai realmente parecer que estamos no mesmo lugar, mesmo se estivermos em estados diferentes ou a centenas de quilômetros de distância. Acho que isso é muito poderoso”, explicou em entrevista ao portal The Verge. 

O investimento na mudança de foco do antigo Facebook (e atual Meta) começou há sete anos atrás, com a compra da Oculus VR por US$ 2,3 bilhões em 2014, startup que foi responsável por construir um visor de realidade virtual direcionado principalmente para jogos digitais. Atualmente, conforme anunciado pela própria companhia em setembro, foram investidos mais de US$ 50 milhões na criação do novo universo digital.

 

Para além do estímulo à inovação, alguns motivos podem ser encontrados para a recente transformação, como a saída de usuários mais jovens do Facebook e o surgimento de outras plataformas que atraem cada vez mais esse público, como mostra o estudo semestral da companhia Piper Sandler, no qual 35% dos dez mil adolescentes norte-americanos participantes preferiram o Snapchat e 30% o TikTok, com o Instagram ficando em terceiro lugar, com 22% dos votos. Junto a isso, ainda há a perda de credibilidade da empresa em si, uma vez que o Facebook e seus problemas de segurança foram alvo da série de reportagens do Wall Street Journal, denominada “Facebook Files”.

 

Fato é que, mesmo com as crescentes inovações, tendo em vista as implicações governamentais, políticas, econômicas e sociais, o metaverso ainda tem um longo caminho para desbravar. Mesclar ainda mais o real com o virtual de tal forma que nossas vidas estejam codependentes, é uma ação desafiadora e até mesmo questionável. Para algumas das grandes corporações, é o futuro. Mas, até lá, vale o questionamento: que tipo de futuro nós desejamos?

 
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