As gravações do filme foram feitas entre janeiro e abril de 2021, durante a pandemia. (Foto: Reprodução / Diamond Films).“Uma fábula de uma tragédia verdadeira”. Assim foi descrito o filme Spencer nos seus primeiros segundos. A narrativa – uma das principais cogitações ao Oscar 2022 – traz como protagonista a Princesa de Gales, Diana, falecida em 17 de agosto de 1997, que entrou para a família real britânica nos anos 80 ao se casar com o Príncipe Charles, futuro rei da Inglaterra.
Mas surpreendendo o pensamento de muitos, o longa não conta a história completa da Lady Di, e sim os momentos finais como alteza real, estando prestes a tomar a decisão oficial de seu divórcio.
O filme aborda os três dias do feriado natalino, em que Diana entra em conflito com as tradições ultrapassadas da família real, seus distúrbios alimentares e a angústia de ter seu marido em uma relação extraconjugal. Angústia essa sentida também por quem está assistindo, graças a trilha sonora fiel aos sentimentos da princesa.
Apesar da trama ser um pouco lenta e muitas vezes trazer Diana como uma mulher louca, que gosta de chamar atenção, a atriz Kristen Stewart incorpora com excelência, em seu papel a verdadeira essência de Lady Di, uma mulher que fazia questão de amar e ser amada pelo povo e uma excelente mãe.
O filme também traz questões importantes da vida da personagem como a sua conexão com o legado de sua família, um dos responsáveis por libertá-la do que a mantinha sozinha. Além disso, a sua questão de confiança nos outros. Diana se vê em muitas situações em que precisa conversar baixo, agir sempre nas regras para que não se tornasse alvo de fofocas, tanto pela própria família como pelos seus funcionários. E que mesmo tendo amizade apenas com sua camareira, ainda assim a relação foi colocada em jogo.
Em um momento do longa, também foi abordado a relação da Princesa de Gales com os paparazzi. Sempre com expressões desconfortáveis e mais sérias, Lady Di posava para o mar de flashes em qualquer lugar que passava. Diferente das fotos tiradas durante os compromissos de sua agenda, esses fotógrafos invadiam a pouca privacidade destinada a ela, e que muitos da realeza afirmavam que era uma forma de chamar atenção.
Spencer traz, de forma poética e apreensiva, a história de libertação de uma vida repleta de regras, protocolos e infelicidade. A conquista da independência de um símbolo mundial, não apenas como a Princesa de Gales, mas também como Diana Frances Spencer.
