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14/06/2022 às 20h56min - Atualizada em 12/06/2022 às 14h14min

Terceira temporada de “Quem matou Sara?” e a pauta LGBT

Série lançada em março de 2021 tem seus desdobramentos revelados e com uma pauta além de apenas o mistério para saber quem matou a protagonista

Luíza Dias Coelho - editado por Larissa Nunes
Família Lazcano e Alex, em "Quem matou Sara?". (Foto: Reprodução / Internet)

Não é complicado de se entender a razão pela qual “Quem matou Sara?” faz tanto sucesso na Netflix. Cheio de mistérios de reviravolta e com enredo voltado para brigas familiares e traições, a terceira temporada traz à tona o que de fato aconteceu com a personagem e se ela de fato tinha sido morta ou não, quem era seu assassino e quais os interesses por trás da sua morte.

Trailer oficial de "Quem matou Sara?". (Reprodução / Youtube)


CUIDADO! TEM SPOILER! Dentro de todo esse drama e suspense, a pauta LGBTQIAP+ apareceu, mas não com a personagem Sara, mas sim com o personagem de José Maria. Um homem que, a todo momento da série, demonstrou indignação com a mente fechada de seus pais, os Lazcanos. De um lado temos César, um pai com atitudes militaristas e que renega o filho a todo custo. Por outro lado, temos uma mãe, extremamente católica e totalmente controversa que não aceita absolutamente o seu filho.

Chema, como é carinhosamente chamado, viu seu companheiro morrer na porta de casa e ainda foi preso. Dentro da cadeia, ele teve que passar por momentos bastante desconfortáveis e desagradáveis para conseguir algumas “regalias” por lá, porém, isso fez com que ele duvidasse de sua sexualidade.
 

Eugenio Siller e Claudia Ramírez em "Quem matou Sara?".

Eugenio Siller e Claudia Ramírez em "Quem matou Sara?".

(Foto: Reprodução / Internet)


Após sair da cadeia, José Maria vai ao encontro de sua mãe, Mariana, e conversa sobre as dúvidas que pairavam em sua cabeça. Sua mãe, por sua vez, decide interná-lo no hospital psiquiátrico Medusa, hospital em que Sara foi internada e serviu de experimento sádico para encontrar a cura para a esquizofrenia. Assim como a filha de Reinaldo, cientista responsável por todo o plano por anos, o personagem sofreu com os tratamentos de choque oferecidos pela clínica em busca de sua “cura gay”, além de ter sido obrigado a transar com uma mulher para “provar” que o tratamento tinha funcionado.

Eugenio Siller em cena de final de "Quem matou Sara?".

Eugenio Siller em cena de final de "Quem matou Sara?".

(Foto: Reprodução / Internet)


Retirando as telas e trazendo para o mundo real, nas décadas de 1960 e 1970, muitos cientistas acreditavam que era possível “curar” homossexuais com tratamentos de choques, internação compulsória e cirurgias psicológicas. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, retirou a homossexualidade da lista de disturbio mental da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a saúde, o CID. Já o Conselho Federal de Psicologia (CFP), desde 1999, proíbe que profissionais da área de saúde tratem a homossexualidade como doença. Essas decisões não acabaram com o preconceito, mas ajudou a entender a homossexualidade como uma identidade sexual.
 

Não é comprovado cientificamente a cura da homossexualidade, mas existe o respeito e bom senso para as pessoas pararem de taxar as outras pela cor da pele ou orientação sexual. As pessoas têm que ser livres para o que elas quiserem ser, sem processos invasivos e nocivos à saúde a partir do preconceito e ignorância de outrem. Mas a pergunta que nos fazemos é: Como a série foi de uma menina que cai do paraquedas para a pauta de cura gay? Isso é bom ou ruim? Eis a questão…

 

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