Assim diziam os marinheiros quando ouviam falar no Brasil, já que ao “descer” em solo brasileiro havia um alto risco de serem roubados, seja por ladrões ou pelos governantes que cobravam altas propinas. Para a elite do governo, era possível cobrar altos valores, pois, na mentalidade dessas mesmas pessoas, era fácil enriquecer sem nenhum escrúpulo em uma nação que era totalmente dominada por Portugal.
Durante seu pós-doutorado, a historiadora Adriana Romeiro levantou documentos, com datas de a partir do século 16, constando diversas acusações contra os governantes portugueses instalados aqui no Brasil. “Descobri coisas assustadoras, desde o envolvimento dos governadores em escândalos sexuais até casos mais escabrosos de enriquecimento ilícito por meio da corrupção”, conta Adriana para o Jornal Estado de Minas.
Romeiro descobriu diversos enriquecimentos ilícitos não só de governadores, mas também de políticos e altas autoridades da época. Um dos nomes de maior destaque era Mem de Sá, que durante os anos de 1558 a 1572 foi governador - geral do Brasil, acusado pela prática de enriquecimento por meio de corrupção dentro de seu governo. Os atos ilícitos do governador eram tão conhecidos naquele período que os mercados de escravos quando vinham da África sentido Rio da Prata, eram obrigados a parar no Rio de Janeiro e pagar propinas altas para a capitania de Mem de Sá.
Nem os maiores corruptos do século 16 podem ser comparados aos corruptos no século 21. Já que os “bandidos da elite” do nosso tempo roubam muito mais do que aqueles que vieram de Portugal. Para satisfazer seus luxos, retiram dinheiro da saúde, da educação de nossas crianças e da segurança pública que tanto almejamos. E saber que tudo isso foi “plantado” na nossa terra pelos “ladrões” portugueses que roubaram a nossa nação.