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27/06/2019 às 13h25min - Atualizada em 27/06/2019 às 13h25min

Depressão: a solidão escondida

Um estado de grande tristeza pode fazer com que o sujeito enxergue o mundo de um ângulo de vaga desesperança

Rosivaldo Vitorino - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Rosivaldo Vitorino

A falta de confiança, baixa autoestima ou distúrbios psicológicos podem ser um gatilho para o isolamento social mais conhecido como solidão. O sentimento de não pertencer ao mundo ou de não criar vínculos com as pessoas ao redor, aflora a sensação de um profundo vazio o que acaba desenvolvendo a depressão. O mal do século. “Essa doença do século é um quadro clínico muito complexo, portanto, antes de ser diagnosticado, tem que ser realizado uma investigação profunda de maneira holística, ou seja, tentar compreender as várias possibilidades que levaram o indivíduo a esse quadro depressivo”, explica o psicólogo, Marcelo Vilela.

Um estado de grande tristeza pode fazer com que o sujeito enxergue o mundo de um ângulo de vaga desesperança. “Primeiramente temos que falar sobre a melancolia que é uma característica de personalidade que faz com que o sujeito veja o mundo de uma forma mais cinzenta, fria, triste e pesarosa”, elucida, Vilela.
As crises de depressão vêm acompanhando o estudante, Júlio Cesar, há um longo período desde os tempos de ensino fundamental quando sofria com o bullying. Segundo o estudante, no ensino médio as coisas pioraram. “Eu olhava para a vida das pessoas e sentia inveja. Sabia que elas tinham problemas, mas parecia que elas sabiam lidar melhor com isso. Eu fui me tornando uma pessoa solitária e angustiada como se o mundo estivesse contra mim pelo simples fato de ter nascido. Passei anos perto das pessoas que me faziam mal e que no fundo nem se importavam comigo”, explica o estudante.

Júlio Cesar conta que em 2016 tudo foi piorando, pois todos a sua volta tinham um futuro planejado e ele nada. Apenas a sensação de uma adolescência desperdiçada. “Tive dois diagnósticos. O primeiro de transtorno bipolar e o outro de depressão. Não gostava de falar sobre os meus problemas com  ninguém, mas sempre procurei ajuda, mas também sempre troco de psicólogo. Tive uma consulta com uma psiquiatra onde ela me fez um questionamento que me deixou magoado dizendo que eu não levava nada de novo e se realmente eu queria estar ali. Eu não faço isso porque quero, então não voltei lá. Atualmente eu tenho dito pesadelos com traumas do passado e hoje tomo dois medicamentos para o tratamento. Esc e Carbolitium”, afirma.

Tratamento alternativo

Referência no tratamento para pessoas com grave sofrimento psíquico, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental, abertos e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram concebidos como a principal estratégia do processo de Reforma Psiquiátrica. A psicóloga Mayra Reis explica. “Os cuidados são oferecidos através de uma equipe multiprofissional com prática interdisciplinar que inclui médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, assistentes sociais entre outros profissionais”. Os CAPS têm por objetivo promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, assistência social, saúde, trabalho, esporte, justiça, habitação, cultura e lazer, sempre de acordo com projetos Terapêutico Singular. Precisa de ajuda? Ou que saber mais sobre para tentar ajudar alguém conversando? Ligue para 188 gratuitamente o Centro de Valorização da Vida (CVV) atende voluntariamente.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho


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