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22/04/2022 às 19h46min - Atualizada em 22/04/2022 às 19h17min

Shein e Anitta: collab divide opiniões por falta de representatividade

Enquanto alguns apontam "acessibilidade" outros apontam incoerência da cantora

Isabelly Noemi - Editado por Larissa Barros
Divulgação
A cantora Anitta tem dominado a internet com seus sucessos musicais e sua influência, e tudo que envolve a carioca de Honório Gurgel sempre vira assunto entre os famosos. Recentemente, a artista lançou uma coleção de roupas e acessórios com a Shein, a famosa fast fashion chinesa, que se popularizou com vídeos de “comprinhas” nos últimos anos. No entanto, a collab tem dividido opiniões por causa das polêmicas envolvendo o nome da marca.
 

Não é de hoje que a Shein e Anitta possuem uma relação. A popstar já havia usado looks da marca oriental em clipes e outros eventos. A coleção lançada em abril consiste em 10 looks que usam a cantora como modelo e mais uma seleção de peças que estão em uma categoria exclusiva chamada “SheinXAnitta”.

Segundo a campanha, a ideia era criar uma coleção de “moda para todes”. Os preços são a partir de R$18 para as roupas e R$5 para os acessórios. As peças não passam dos R$200.

 

Enquanto alguns apontam "acessibilidade" da cantora em se associar a marca com valores que cabem no bolso do seu público brasileiro e um dos aplicativos mais acessados do mundo, outros destacam incoerência no posicionamento de Anitta. Um dos principais motivos é o fato da marca está constantemente envolvida em polêmicas de acusações de práticas de trabalho escravo, problemas ambientais e plágio nas suas coleções.

 

É fato que se sabe muito pouco sobre a cadeia de produção da Shein, de onde vem a matéria prima utilizada e a situação dos seus trabalhadores. A gigante chinesa, além de incentivar o consumo em excesso influencia o descarte rápido. Por isso, o grande questionamento está em porque uma artista do tamanho e porte da Anitta se filiaria a uma marca tão problemática. Será que essa parceria faz mesmo sentido?

 

Embora seja realmente interessante ver uma grande artista brasileira promovendo produtos que uma parcela maior das população pode adquirir, não há como olhar para essa situação e ficar sem questionar se uma parceria com a Shein seria a melhor maneira de fazer o seu estilo chegar a mais pessoas.
 

E mesmo que fosse, isso nos leva a outro pensamento, até agora os principais pontos fortes da Shein não foram explorados nessa coleção: a diversidade nos tamanhos com opções plus size e a oferta de tendências novas em tempo recorde, já que nada parece muito novo, e sim muito do mesmo que já é visto no próprio site constantemente. E para completar, não existe nada realmente exclusivo ou minimamente a cara de Anitta. 

 

Faltou bastante para a coleção SheinXAnitta ser, de fato, “moda para todes”, talvez até mesmo a oportunidade de fazer algo sem gênero soasse melhor. Porém, a ideia não é colocar verdades sobre a campanha e nem discutir o envolvimento de artistas com marcas polêmicas. Mas, vale destacar que foi apresentado uma parceria rasa, incoerente e que não faz sentido. Anitta perdeu uma oportunidade incrível de fazer algo muito melhor com tantas outras marcas de fast fashion bem menos problemáticas e de uma maneira mais inclusiva.

 

A ideia do texto não é criticar a Anitta e nem o fast fashion, mas sim discutir além do superficial, fugindo de assunto sobre o look ser bonito ou não. O objetivo é passar um olhar mais atento para o que consumimos e isso inclui observar os artistas que admiramos e as marcas que eles se associam.

 

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