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02/06/2022 às 22h04min - Atualizada em 31/05/2022 às 09h36min

São João: a força e tradição da festa popular

Para os nordestinos, junho é o mês mais aguardado do ano, quando ele chega é certeza de um arrasta pé, cheirinho de comida típica, quadrilhas e dos coloridos das bandeirinhas

Gean Rocha - editado por Larissa Nunes
São João retorna após dois anos de pandemia. Foto: Reprodução / Lab Dicas Jornalismo

Os festejos juninos que celebram os dias de Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29), chegaram ao Brasil por meio dos portugueses e ganharam elementos das culturas indígena e africana, principalmente nos pratos típicos.

A festa que deram origem os festejos juninos, tem origem pagã e homenageavam os deuses da natureza e da fertilidade; e pediam fartura nas safra pois era nessa altura que começava o período da colheita de cereais.

Na cultura popular brasileira, as festas juninas têm lugar especial, além de valorizarem as tradições locais do país, também revelam muitos elementos históricos, religiosos e mitológicos curiosos que passam despercebidos.

Regado à comida típica, forró e muito folclore as festas juninas levam multidões para as principais cidades do país. Conhecida como o “maior São João do Mundo”, a festa de São João de Campina Grande, na Paraíba, ocupa o espaço da grandiosa Praça Parque do Povo. O evento conta com palcos de forró, quadrilhas e shows. A festa acontece no dia 6 de junho até o dia 6 de julho. O dia de São João, 24 de junho, é quando a festa tem mais movimento. Confira aqui a programação completa de 2022.

O São João de Caruaru em Pernambuco disputa com Campina Grande o título de maior festa de São João do Mundo. Quadrilhas com até 4 mil pessoas, forrós, comida típica e desfiles lotam o Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, no Centro, e o bairro Alto do Moura. O evento começou em maio e vai até o final de junho.

A paixão pelo São João é tão forte que vira até um estilo de vida e se enganam quem pensa que é só adulto que ama o São João. “Minha relação com o São João, a paixão por isso na verdade deu início desde criança quando acompanhava minha tia nos ensaios no qual também dançava desde nova, desde então sou extremamente apaixonada por isso, tem sido o melhor mês o melhor período, onde toda essa tradição é vivida, o São João, dançar quadrilha, é algo que me encanta, é prazeroso pra quem ama” explica Ercília Martins, dançarina da quadrilha Junina Buscapé .

Toda essa paixão teve que esperar durante a pandemia onde o mundo inteiro parou, toda aquela alegria e festividade deram lugar a aflição, o medo e a incerteza de enfrentar uma doença devastadora e invisível como a covid-19.

Ercilia conta que foram dois anos bem difíceis, que não poderão viver esse período, que é o mês tão esperado com alegria. Foram momentos difíceis, as quadrilhas perderam alguns integrantes, inclusive da qual ela faz parte, além de familiares. Os grupos juninos ficaram bem abalados, assim como o todo.

Leia mais: Mais que uma festa, uma TRADIÇÃO: O São João
Você sabe como surgiu o São João?
A maior festa do Nordeste, o São João

Dois anos depois, com a tão sonhada vacina aplicada em mais 70% da população que podem tomar a vacina, os festejos juninos voltam esse ano com toda a sua tradição, alegria, comidas típicas e muito arrasta pé com as quadrilhas que encanta a multidão e shows de diversos artistas populares brasileiros.

“A expectativa está grande, os nervos a flor da pele, ansiedade a mil, além de muita emoção por estarmos de volta, por termos conseguido vencer com vida e saúde essa pandemia que tirou a vida de várias pessoas, será um São João impactante para muitos, e muito emocionante!” ressalta Ercilia.



Conheça algumas curiosidades sobre essa festa que é patrimônio dos brasileiros?

Quadrilha:
A quadrilha é uma dança de pares, de origem francesa, introduzida no Brasil em 1808 pela corte portuguesa, que se instalou no Rio de Janeiro. A formação tem de 8 a 12 casais. Em geral, é acompanhada por instrumentos típicos da época, como sanfona, triângulo e zabumba. O ritmo alegre foi incorporado pelas populações rurais e hoje é dança obrigatória nas festas juninas. Só que a marcação das suas evoluções, que nos salões era pronunciada em francês, ganhou um sabor bem matuto, como “Caminho da Roça” e “Olha a Onça”, inspirando-se no dia-a-dia do campo. Sanfona, triângulo e zabumba, dirigidos pelo marcador, acompanham a dança.

Comidas de milho:
Pode reparar que a maioria das comidas típicas de festas juninas leva o milho em sua receita: curau, pamonha, bolo de milho, pipoca, milho cozido, caldo de milho e por aí vai. Não é coincidência: um dos motivos da festa original europeia era agradecer a colheita do milho, que acontecia no mês de junho.

Bandeirinhas:
Nas origens das festas juninas, cada um dos três santos homenageados (Santo Antônio, São Pedro e São João) tinha sua imagem grafada em uma grande bandeira colorida, que enfeitava a festa. Eram essas imagens que levavam um banho no ritual de lavagem dos santos. As bandeirinhas coloridas são referências mais modernas a esse antigo ritual.



 


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