Uma advogada criminalista, um casamento balançado e um caso de feminicídio. Esses são os três pontos iniciais e importantes que ligam o filme "Mea Culpa", lançado no mês de fevereiro na Netflix, e que logo alcançou o top 10 do streaming. Com um trailer interessante e uma sinopse curiosa, era de se esperar que a trama tivesse uma boa repercussão.
O drama começa quando Mea, interpretada pela atriz Kelly Rowland, discute com o marido Karl, interpretado por Trevante Rhodes, porque ele não aceita o próximo caso que ela está pensando em assumir como advogada criminalista. A situação envolve um artista plástico conhecido e renomado, acusado de assassinar a namorada dele.
O argumento de Mea gira em torno das contas atrasadas que precisam ser pagas e da falta de trabalho do esposo, que está afastado de sua profissão de médico devido ao vício no uso de medicamentos. Ela entende que essa é a oportunidade perfeita para quitar as dívidas.
Os últimos romances eróticos divulgados pela Netflix, como "O lado bom de ser traída", "365 dias" e "Através da minha janela", têm pontos em comum: as boas cenas de sexo, o enredo ruim e roteiros que deixam a desejar em relação à construção da história e ao desenvolvimento dos personagens. O roteirista de "Mea", Tyler Perry, parece ter caminhado pelas mesmas trilhas rasas dos filmes recentemente lançados.
O clímax da história acontece quando o pintor e também acusado, Zyair, começa a flertar com a advogada Mea, e ela parece muito envolvida. Ao acreditar que o marido estava a traindo, ela resolve ceder à tentação e transa com seu cliente. A cena envolve muita arte, já que ele faz questão de envolver tinta, óleo e um tecido. As cenas de nudez são um pouco tímidas, mas ainda demonstram um roteiro pouco aproveitado.
Mea se envolve em um conflito interno, profissional, ético e amoroso e numa viagem para República Dominicana, no meio deste caos, ela descobre que seu ex-cliente e também ex-amante não é culpado pelo crime, e o desenrolar continua quando percebe que os membros de sua própria família estão envolvidos no golpe, culminando em um final explosivo que desafia as expectativas do público.
Há um desperdício inegável de 2 horas de duração para explicar de forma superficial toda a história. E nos 45 do segundo tempo é apresentado todo o desenrolar de um longa pouco trabalhado, em um ritmo pouco produtivo.
REFERÊNCIAS
CIELO DEL GianLucca. Mea Culpa: Entenda o final do filme da Netflix. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/280284-mea-culpa-entenda-final-filme-netflix.htm. Acessado: 07/03.
