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23/03/2024 às 13h56min - Atualizada em 23/03/2024 às 12h39min

A Lenda de Aang é pura lacração

Taís Wölfert - Editado por Letícia Nunes
Fonte: Nickelodeon / Reprodução: Tecmundo Stories


Avatar: A Lenda de Aang teve sua estreia em 2005, quase vinte anos depois de seu início a animação ainda é lembrada e reverenciada. Ela conta com uma adaptação live-action em formato de filme (que os fãs preferem esquecer) e outra em formato de série que chegou na Netflix neste ano de 2024. Além de possuir derivados, como A Lenda de Korra, livros, games, entre outros. Mas, é inegável que a franquia trouxe desde seu início representatividades, diversidades, e será que caso o desenho fosse lançado nos dias de hoje não seria taxado como lacração?

No meio de aventuras, viagens, novos personagens daqui e dali, alguns romances e tudo mais, a animação conta com três personagens femininas fortes, talentosas e com muita personalidade. Katara, Toph e Azula (minha preferida) são dobradoras de diferentes elementos, com criações diferentes. E mesmo que a última dívida opiniões, é inegável que tanto ela como as outras duas são cheias de representatividades.


Fonte: Nickelodeon / Reprodução: Critical Hits

Fonte: Nickelodeon / Reprodução: Critical Hits



Katara vem de uma tribo da água, teve a mãe morta; organizada, responsável e quer lutar para salvar o mundo. Toph vem com um humor ácido de quem não é obrigada a nada. Ela é direta, sincera, cega e uma das melhores em seu elemento (terra). Azula é inteligente, articulosa, dobra o raro fogo azul; fatal e sabe o que quer e como quer chegar lá. Só esse trio já seria o suficiente para que a animação fosse vista como lacradora e puro mimimi por uma parte considerável dos espectadores.

Mas o buraco é mais embaixo. A própria história de A Lenda de Aang é totalmente política e (teoricamente) gera muita reflexão em quem assiste. Mesmo que quem assista seja apenas uma criança, afinal ela está vendo que reprimir outros povo, querer ter o domínio de tudo, causar guerras e assassinar outras pessoas, são coisas que não são legais. Além disso, Aang é apenas um garoto de 12 anos que não queria e nem deveria ter toda a responsabilidade que lhe é dada.


Fonte: Nickelodeon / Reprodução: Legião dos Heróis

Fonte: Nickelodeon / Reprodução: Legião dos Heróis



Zuko é um vilão na primeira temporada que passa por um arco de redenção super bem construído. Ele sofre de um forte abandono parental e também negligência (não vou entrar no mérito da questão sobre Azula nesse contexto), sem mãe, com um pai que o fez uma cicatriz no rosto e uma irmã que de fato não se importa com ele, Zuko tem apenas seu tio, Iroh. É mais na segunda temporada que vemos Zuko saindo de sua bolha e olhando o mundo com outros olhos, fazendo coisas que um príncipe jamais faria.

Agora de volta ao grupo principal, eu jamais me esqueceria de Sokka, o único não dobrador da Equipe Avatar. Sokka representa aqueles engraçadinhos que o pessoal, no geral, nunca leva a sério e não acredita ser capaz de muita coisa, mas Sokka tem uma inteligência incrível para elaborar e executar planos. Ele até cria máquinas e mecanismos para auxiliar em tudo.


Fonte: Nickelodeon / Reprodução: ePipoca

Fonte: Nickelodeon / Reprodução: ePipoca



A animação é repleta de personagens com seus jeitos e características próprias. Todos têm personalidades e histórias de vida. As representatividades são diversas, indo desde a meninas que não são meros par romântico e tem um desenvolvimento até personagens com deficiências motoras. Personagens da comunidade queer também fazem parte, sendo avatar Kyoshi uma delas, mas é em A Lenda de Korra, sequência de A Lenda de Aang, que esse ponto ganha mais tela.

Juntando tudo isso, colocando em um saco, sacudindo e lançando atualmente, choveriam comentários ofensivos sobre o como a produção não é para crianças. Como agora tudo é lacração e “não se fazem mais coisas como antigamente”. Piadas de cunho “quem lacra não lucra”. Mas, sendo algo de quase duas décadas atrás, ninguém reparou nisso.

Contudo, por que reparam tanto nos últimos tempo? Só por que se tornou algo mais cobrada e falado? Afinal, a diversidade vista em tantas outras produções até hoje não é a mesma de A Lenda de Aang. Falta entender que vivemos em um mundo cheio de diversidade e diferenças e abordar isso em filmes, séries, animações e livros não é lacração, mas sim mostrar a sociedade como ela é.


 

REFERÊNCIAS :

SOARES, Yuri. “A Lenda de Aang” mais viva do que nunca. Zint. Disponível em: < https://zint.online/televisao/avatar-a-lenda-de-aang/ > Acesso em: 11 de mar. de 2024.
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