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30/08/2019 às 09h44min - Atualizada em 30/08/2019 às 09h44min

Plagiar trabalhos acadêmicos pode causar diversos transtornos

Mesmo com conscientização dentro e fora do meio acadêmico, prática é recorrente

João Marques - Edição: Giovane Mangueira
Imagem: reprodução internet
Copiar ideias, conceitos, frases, trechos em trabalhos de conclusão de curso (TCC) sem citar o autor ou a fonte é  plágio, essa prática é considerada crime. Embora professores, orientadores e instituições informem aos alunos sobre a prática, o crime ainda é muito recorrente dentro do meio acadêmico.

A Doutoranda em Administração pela UFMG Andressa Nunes de 29 anos, explica sobre o motivo de ainda ser um fato frequente. “É notável que o plágio demonstra a falta de compromisso, por parte do autor, com a construção de uma prática científica séria, mas também é notável que em determinados ambientes esta prática, mesmo que não seja encorajada, não é de todo refutada.” Ela ainda cita o mercado de compra de trabalhos acadêmicos, encontrado livremente na internet, em grupos de faculdade e até em flyes distribuídos em porta de universidades, por exemplo oferecendo o serviço. “Nós, como pesquisadores, devemos ser rigorosos para punir quem pratica o plágio, no entanto, os interesses de algumas instituições em formar alunos a qualquer custo pode servir como barreira para que esse rigor seja exercido na prática”, opina.

Para o advogado Danilo Sewing, as complicações são diversas não só para o meio acadêmico como também para a sociedade e o próprio leitor: “Além das complicações legais em que o autor original e o contrafator (quem entrega trabalho, feito por outra pessoa, em seu próprio nome) incorrem, previstas nas normas que tratam sobre direitos autorais, quando estamos tratando de trabalhos acadêmicos, o maior prejudicado é o leitor, ou seja, o meio acadêmico e a sociedade como um todo. Isto, pois, o trabalho acadêmico, considerado uma pesquisa científica, fica banalizado, desprovido de veracidade, que infringe não só os direitos autorais, mas, sobretudo, a qualidade da pesquisa científica”, informa.

Um dos motivos alegados por alguns alunos que cometem o plágio é a falta de tempo para a realização do complexo trabalho dentro do prazo. “Estudos apontam que a ocorrência de plágio está ligada a fatores intrínsecos dos trabalhadores/alunos, tais como, necessidade de entrega como requisito para graduação e qualificação, falta de tempo, interesse em obter boas notas, dificuldades de redação acadêmica, desconhecimento de regras de formatação, citação e referência, entre outros”, revela o advogado.

Giovani Guimarães Lisboa de 24 anos, que cursou Especialização em Gestão da Tecnologia da Informação na Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém, conta que sempre inicia a escrita sem citar obras para encadear as ideias e somente depois vai incluindo citações de fichamentos já feitos para embasar a escrita. “Também sempre procuro a publicação original do autor caso se trate de uma citação em outro texto, para evitar conteúdo descontextualizado, ou jogo o conteúdo no Google para verificar se o autor não plagiou de outra fonte”, explica.

O estudante conta ainda que seu orientador na época de realização do trabalho de conclusão de curso deu todo o apoio na hora da elaboração do trabalho. Além disso, ele acredita que o plágio dificulte o reconhecimento das pessoas que realmente se dedicam e estudam algum tema. “Plagiar não garante que seja feito um debate sobre o tema e, consequentemente, não soma conhecimento”, relata.

 

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