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30/08/2019 às 15h49min - Atualizada em 30/08/2019 às 15h49min

Aborto - Precisamos falar sobre isso

“Considerada prática proibida, existem casos que fogem da regra”, explica Osias Tibúrcio

Rosivaldo Vitorino - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Dialético
Segundo dados da última Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), no ano de 2015 cerca de 500 mil gestações foram interrompidas de forma indesejada. Mesmo sendo crime contra a vida e previsto em lei, o aborto espontâneo ou induzido ainda está presente na vida de grande parte das mulheres. A estudante de Direito, Andreza Maria, estava com 12 semanas de gestação quando precisou fazer uma segunda ultrassom na qual foi constatado problemas na gestação. O feto estaria há mais de um mês sem desenvolvimento no útero. “Quando cheguei na maternidade não tive a mínima ideia que poderia perder meu bebê, já que estava sentindo dores e um pouco de sangramento. Expliquei ao médico toda a situação de que o meu bebê não estava se desenvolvendo e logo depois de exames me informaram que era preciso retirar o feto, que era um aborto”, relata a estudante.

“Foi Deus que quis me ver viva”, explica a estudante
 
“A minha mãe queria interromper a minha gestação recorrendo a chás que abortam na hora e medicamentos proibidos não se dando conta dos riscos que eu corria adotando esses métodos ilegais. Foi Deus que quis me ver viva, pois minha mãe não sabia os ricos do aborto induzindo, e eu fiquei sabendo do ocorrido já com uma certa idade, sofri muito, pois não é bom passar por mesa de cirurgias várias vezes”, relata a estudante, Vitoria Fernanda.
A jovem sobreviveu as tentativas de aborto e nos dias de hoje ainda passa por cirurgias nos membros inferiores para ajudar na sua coordenação motora e locomoção. “Eu antes não entendia o motivo que ela tinha feito isso comigo, mas cada pessoa tem um momento ou situação na vida que não sabe o que fazer. Eu não sinto raiva da minha mãe, mesmo não sendo criada por ela”, ressalta.

Prática proibida
 
No Brasil em modo geral a prática do aborto é proibida e considerada crime, mas existem casos que fogem a regra. O Delegado de Polícia Civil, Osias Tibúrcio, explica. “Previsto no Código Penal Brasileiro, o aborto é legalmente possível e a pessoa não comete crime se: para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro. No caso de feto anencefálico, a prática do aborto decorre de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). É importante esclarecer que nesses casos não é necessária autorização judicial: O médico não precisa de autorização da justiça para praticar o aborto de fetos anencefálicos”, ressalta.

 

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