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09/10/2019 às 10h11min - Atualizada em 09/10/2019 às 10h11min

WhatsApp admite disparo ilegal de mensagens nas eleições de 2018

Segundo executivo da plataforma, empresas foram contratadas para a disseminação de conteúdo em massa

Thiago Oliveira - Editado por Manoel Paulo
Folha de S Paulo
Getty Images
O WhatsApp admitiu pela primeira vez que houve propagação de mensagens de forma ilegal durante as eleições de 2018. Investigações e reportagens davam conta que empresários contrataram empresas para propagar mensagens a favor do então candidato a presidência Jair Bolsonaro.

“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas.” Afirmou o gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, Ben Supple, em palestra no Festival Gabo.

Uma série de reportagens do jornal Folha de S Paulo revelou a contratação de empresas de marketing durante a campanha eleitoral do ano passado para essa disseminação de conteúdo em massa.

Ben afirmou ainda que a plataforma desencoraja o uso de grupos acessados por links e listas de transmissão que são usados por apoiadores políticos para a disseminação de informações falsas. "Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático", disse.

Vale a menção de que disparo de mensagens de forma automatizada é uma prática considerada ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ainda no ano de 2018, numa tentativa de barrar o compartilhamento de notícias falsas, o aplicativo restringiu o número de vezes que uma mensagem pode ser encaminhada, que foi limitado a 20 contatos por vez. Esse número diminuiu em janeiro desse ano, passando para os atuais cinco contatos por vez.
 
CPI das Fake News

O Senado Federal instituiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar a contribuição que o disparo de notícias falsas e o uso de perfis falsos exerceram no resultado da eleição passada. A CPI pretende convocar representantes das redes sociais e das grandes operadoras brasileiras para esclarecer dúvidas dos congressistas sobre a participação dessas empresas no envio das mensagens. A Comissão tem prazo de 180 dias contados desde o dia 04 de setembro, e já foram realizadas duas reuniões sobre o assunto.
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