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20/02/2020 às 18h24min - Atualizada em 20/02/2020 às 18h24min

Resenha: Um Caminho para a Liberdade

"Não há nada mais perigoso que uma mulher livre"

Talyta Brito - Editado por Rafael Campos
“O conhecimento é em si mesmo um poder”. Foram palavras ditas por Francis Bacon, filósofo inglês. A liberdade oferecida pelo acesso a informação é ameaçadora, por isso há, ainda hoje, tanto esforço para combatê-la. Um povo bem informado dificilmente será enganado.  Os livros são fonte inesgotável de saber, armas poderosas contra a ignorância. Sendo assim, acabam-se se tornando inimigos vorazes de alguns. 
 
É dentro dessa conjuntura que Jojo Moyes, jornalista britânica, prestigiada no cenário editorial, fenômeno de vendas como a série “ Como eu era antes de você” nos apresenta a cidade de Baileyvvile, uma comunidade rural, situada no Estado do Kentucky.  Durante a década de 30, os Estados Unidos enfrentou uma grave crise econômica decorrente da quebra da bolsa. Na época, o então presidente Franklin Roosevelt no intuito de minimizar os impactos da Grande Depressão criou o projeto “Pack Horse Library”.
 
A iniciativa consistia na distribuição de livros feita por mulheres. Como muitas dessas comunidades ficam em regiões de difícil acesso, os livros eram transportados usando cavalos. Baseado nesse episódio, a autora constrói uma ficção de cunho político feminista. A obra teve seus direitos comprados pela indústria cinematográfica antes mesmo de chegar às livrarias.
 
O livro “Um caminho para a Liberdade” narra a vida de 5 mulheres distintas – Alice, Margery, Betty, Isy e Kathleen - e as reviravoltas que acontecem nas suas vidas após decidirem participar da biblioteca itinerante. O romance traz à tona problemas sociais que perduram até os dias atuais – violência contra a mulher, racismo, condições análogas de trabalho.
 
A princípio, os moradores ficam desconfiados das visitas feitas pelas bibliotecárias, mas ao longo do tempo laços de amizade vão sendo construídos. O que permite que as mulheres conheçam os gostos literários de cada família e assim possam indicar os livros mais adequados para cada necessidade.  O poder de transformação gerado pelos livros é evidenciado no decorrer da narrativa.
 
A mineradora Hoffman domina toda a região, o dono da empresa, o Sr Van Cleve, sogro de Alice, se aproveita do analfabetismo de grande parte da população para se apropriar das terras das pessoas e explorar novas áreas para a produção de carvão. Todavia, após a implantação do projeto a situação se altera. “ Metade das famílias que está nos acionando nos tribunais não sabia ler uma palavra no ano passado. Onde elas conseguiram informação sobre questões legais se não foi por meio desses livros da biblioteca? ” Em suma, a obra apresenta uma reflexão sobre a importância do acesso a informação e as mudanças geradas a partir dela.

A obra está disponível nas lojas fisícas e também pode ser comprado por internet.

 
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