O Instituto Econômico Aplicado (IPEA) do estado de Tocantins registrou no ano de 2017, maior número de crescimento em homicídios de jovens entre 15 a 29 anos do país, enquanto o estado de São Paulo registra o menor índice. Vale ressaltar que dentre esses jovens a maioria é composta por homens, tendo assim um grupo seleto composto por mulheres.
De acordo com o sociólogo e professor coordenador da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Ivan Barbosa, o que leva um indivíduo a cometer assassinato são impulsos que estão vinculados a questões sociais e culturais. Durante muitos anos a sociologia de cunho marxista considerava o “cangaço” e grupos de banditismo, que saiam assassinando pessoas eram reações sociais a concentração da riqueza, o poder de proprietários rurais. “Eram reações que tinham por razão a proteção desses indivíduos contra o poder autoritário” explica o professor. Para Ivan, essas reações violentas estão ligadas a razões, econômicas, culturais políticas, ao patriarcado e outros tantos fatores. Os dados apontam que dentre o crescimento de homicídios se destacam uma maioria composta por homens. “O gênero não interfere totalmente nesse aspecto, mas sim a cultura. No sentido que na cultura patriarcal o homem é o elemento da força, ele detinha os poderes econômicos e políticos, por razão do seu lugar privilegiado construído historicamente” ressalta o sociólogo.
Segundo a psicóloga, Mônica Chiferi, a violência entre jovens e adolescentes se dá muitas vezes pela estrutura familiar do indivíduo. “Com 15 anos o que acaba acontecendo com esses meninos? Eles usam drogas, daqui a pouco estão no tráfico e aí acontece a violência” explica a psicologa. Para ela, a diferença entre o crescimento de homicídios entre São Paulo e Tocantins é por que São Paulo tem uma maior concentração de pessoas em relação a Tocantins, por isso pela quantidades de habitantes da cidade paulista, era para se ter muito mais assassinatos.
Ainda segundo Mônica Chiferi, o que leva um jovem ou adolescente a cometer um homicídio é o fato do indivíduo estar na transição, o corpo estar em crescimento e o mesmo não saber direcionar essa energia. “A escola e o esporte são fundamentais no papel da socialização desses jovens. quando se tem a escola e o esporte em conjunto, tem-se um desafio para esse jovem estar aprendendo, e o esporte que auxilia no desenvolvimento neuroquímico do cérebro, podendo a chegar a trabalhar esportes em equipe trabalhando assim a ética. São políticas públicas que estão faltando no sentido de vulnerabilidade social, o jovem não pode estar largado à própria sorte, por que isso vai acabar em violência”, conta Mônica.
Tentamos contato com a SSP-TO, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.