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02/05/2020 às 07h32min - Atualizada em 02/05/2020 às 07h32min

Flamengo de 1981: O ano que o Mengão botou os ingleses na roda

Considerado um dos melhores times da história do futebol brasileiro, o Mengão conquistou o mundo naquele ano

Matheus Aquino - Editado por Paulo Octávio
Zico celebra gol contra Cobreloa. Foto: Jornal Lance
O Flamengo de 1981 é considerado por muitos o melhor time da história do clube, além de ser um dos melhores do futebol brasileiro.  Naquele time, o craque era Zico  conduziu a equipe para as grandes conquistas daquele ano: Libertadores, Mundial e Carioca. Clube conquistou esses três títulos em um intervalo de 20 dias.

Equipe conquistou a vaga no torneio continental após vencer o Campeonato Brasileiro do ano anterior. Mas antes da disputa, clube sofreu uma baixa.  Cláudio Coutinho, famoso por ter montado o esquadrão, saiu do clube antes da Libertadores devido a um desentendimento com a diretoria. Paulo César Carpegiani, ex-jogador do clube, entrou em seu lugar. Com técnico novo, o Mengão entrou no Grupo 3 com Atlético Mg, Cerro Porteño (PAR) e Olímpia (PAR). Os dois brasileiros empataram em pontos e fizeram um jogo desempate em Goiânia.

A partida foi uma das mais polêmicas da história. O clima era de bastante rivalidade, pois as equipes ainda estavam com a decisão do Brasileirão de 80 na cabeça. E explodiu quando José Roberto Wright expulsou Reinaldo, aos 32 minutos do primeiro tempo, de forma injusta de acordo com os atleticanos. Nervosos, os mineiros partiram para cima do juiz e até a diretoria do clube invadiu o campo. Com isso mais cinco jogadores do Galo foram expulsos, e a partida foi encerrada aos 35 minutos do primeiro tempo -- após mais de dez minutos de confusão -- mas não os mineiros até hoje não engoliram a atuação de Wright. 14 dias após o jogo, o comitê executivo da Conmebol declarou o Flamengo vencedor da partida com argumento de que os cariocas não causaram incidentes. O Atlético recorreu, mas sem sucesso. 

Na semifinal, que era um triangular, clube conquistou 100% de aproveitamento em uma chave com Deportivo Cali (COL) e Jorge Wilstermann (BOL) . O rival da final foi o Cobreloa (CHI), melhor da outro chave. E cariocas suaram para ficar com título. Venceram o primeiro jogo por 2 a 1, com dois gols do Zico no Maracanã. Mas  perderam no Chile por 1 a 0. Com isso, houve um jogo desempate no Uruguai, onde Zico brilhou de novo e fez os dois gols da vitória


 
Na imagem, Júnior, Zico, Tita e Leandro, na conquista do Mundial de Clubes de 81.                                   Foto: Masahide Tomikoshi

Seis dias após o triunfo não houve descanso e o Rubro-negro começou a decidir o campeonato carioca contra o Vasco. Mengo, por ter a melhor campanha, dependia de um empate em um dos dois jogos, mas  o Cruzmaltino venceu os dois primeiros e forçou um jogo-extra. Na decisão, o Fla venceu por 2 a 1, com gols de Adílio e Nunes e ficou com a taça. A dupla voltaria a ser decisiva uma semana depois.

Campeão carioca, o Flamengo foi ao Japão para sua última parada no ano: a disputada a final do Mundial de Clubes contra o Liverpool, campeão  da Liga dos Campeões daquele ano. E o Mengão não deu chance para os rivais. Time abriu 3 a 0, com dois gols de Nunes e um gol de Adílio ainda no primeiro tempo. Essa foi uma das maiores goleadas do torneio. A grande conquista é lembrada inclusive em cânticos da Nação (em dezembro de 81...) na famosa paródia de Primeiros Erros, de Kiko Zambianchi. O triunfo encerrou a maratona e garantiu um ótimo final de ano para seu torcedor.

O elenco continha jogadores de muita qualidade; muitos deles serviram a Seleção Brasileira de 1982, famosa por ter encantado o mundo. Os onze do time eram:  Raul, goleiro, vinha de boa passagem pelo Cruzeiro. Na lateral-direita, Leandro, que tinha muita qualidade e força na marcação. Na zaga, Marinho,  raçudo e excelente na marcação 'mano a mano',  e Mozer. Na lateral-esquerda, Júnior ‘Capacete’, que anos mais tarde tornou-se meio-campista e se destacou com suas habilidades. O 'cabeça de área' era Andrade, um dos maiores vencedores do futebol brasileiro. Seu companheiro era Adílio, habilidoso e excelente no drible. Ao seu lado jogava um tal de  Zico, o grande craque do time e o melhor jogador brasileiro da década de 80: habilidoso, artilheiro e exímio cobrador de faltas, o verdadeiro camisa 10. Na frente, Lico, fazia especificamente a ponta esquerda,e , do outro lado, Tita, que tinha grande inteligência tática e qualidade. E por último o centroavante era Nunes, o ''Artilheiro das Decisões''.



 O famoso Mundial de 81. Canal: bfdmoura. Imagens: TV Globo

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