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26/07/2020 às 16h50min - Atualizada em 26/07/2020 às 15h24min

Viver em Paris: conheça experiência de brasileiros na Cidade Luz

Ana Carolina Cunha - Alexandra Machado
Foto: Reprodução/Internet
Sair da zona de conforto brasileira, embarcar em um vôo que dura em média 13h e desembarcar em um país totalmente diferente da sua realidade requer coragem e muita segurança nessa decisão. Não é apenas fazer as malas e postar uma foto no Stories, é preciso ter a consciência de que quando você guardar o celular, vai se deparar com os problemas eventuais e os obstáculos da adaptação, pois não é somente uma viagem temporária.

A publicitária soteropolitana, Edionar Damásio, 42, encheu a mala de bravura, ativou seu espírito aventureiro e viajou para Paris, na França, em junho de 2010. “Fui em busca de encontrar novas oportunidades e conhecer novas culturas.”, conta. Já a decoradora e administradora de eventos, Raimunda Santos, 65, foi para a Cidade Luz após ter duas perdas significativas. “Fiquei viúva e depois perdi minha mãe. Como minhas filhas já moravam em Paris, elas resolverem que eu também tinha que ir. Cheguei ao país em maço de 2010.”, fala. Morar no exterior para uma foi uma decisão e para outra uma necessidade devido às circunstâncias da vida.


Edionar às margens do Rio Sena, em Paris. Um ano após ter chegado no país. Foto: Arquivo Pessoal
 
Paris é uma cidade conhecida pela sua riqueza cultural. Edionar conheceu de perto os detalhes dessa cultura e mergulhou no aprendizado. “Você não passa em uma esquina sem ter história para contar. São igrejas, praças, estandartes, monumentos, museus com exposições mundiais e etc. Tudo na França é cultura!”, diz. Raimunda vivenciou alguns costumes um pouco diferentes dos brasileiros. “O que mais me chamou atenção foi a frieza das pessoas e a higiene delas. Tem gente que coloca pão embaixo do braço sem papel e assoa o nariz em qualquer lugar até na mesa nas refeições (risos).”, comenta.


Raimunda quando chegou na França, em 2010. A foto foi tirada em Avenue Champs Elysée. Foto: Arquivo Pessoal

 
Adaptação
 
Raimunda precisou se esforçar para atravessar o período de adaptação dos seis primeiros meses. “A primeira impressão foi a pior possível desde a chegada ao aeroporto, estava muito frio, um tempo feio cinza e uma tristeza no ar. Foi difícil me adaptar principalmente ao clima, a comida e as pessoas com ar triste, ninguém ria, é uma cultura totalmente diferente da nossa”, fala.

Edionar enfrentou mais dificuldades com o idioma e para conquistar a confiança dos franceses. “O povo francês é receptivo, mas são, em sua maioria, fechados. Para ser ter contato pessoal com um francês é preciso conquistar muito sua confiança, pois eles são reservados.”, conta.
Quando ela aprendeu um pouco do francês as oportunidades começaram a chegar. “Após ter aprendido o básico da língua tudo ficou mais fácil e as possibilidades aumentaram. Passei a me comunicar melhor com os nativos, conhecer mais sobre a cultura local e os trabalhos foram surgindo.”, completa.

Decisões

O maior sonho de Raimunda é voltar para o Brasil, mais ela diz que infelizmente tem que morar em Paris, pois suas duas filhas e dois netos vivem lá e eles não querem voltar pra o Brasil. Porém, Raimunda se casou com um português e conta que assim que seu marido se aposentar, ambos vão morar em Portugal pois fica a 1h50 de avião e de vez enquanto poderá visitar sua família em Paris ou eles podem visitar eles a cada dois meses no período de sete a doze de férias. Visto que é diferente do Brasil, onde são 30 dias de férias por ano.

Ao contrário de Raimunda que teve que ficar no país, Edionar precisou retornar para o Brasil por conta de necessidades pessoais, apesar do seu projeto inicial ter sido morar em Paris por cinco anos, aprender o idioma fluentemente e voltar para o Brasil.Tudo ia depender do seu desenrolar nesse período de estadia na capital francesa. Ela conta que a vida na França é muito mais fácil em termos de saúde, mobilidade, segurança e custo de vida, e enfatiza que é um lugar muito bom para viver.

Possibilidade de viajar

Uma das vantagens de estar na Euroupa é a possibilidade de conhecer outros países. A facilidade para viajar é maior em relação ao Brasil. O tempo de vôo é menor (geralmente 1h50 a 3h de viagem) e as passagens são baratas, a partir de 20 €. Ou seja, estando em Paris, por exemplo, você tem a possibilidade de visitar outros países e apreciar as riquezas culturais de cada um com facilidade. É um benefício e tanto!

Edionar aproveitou para conhecer a Grécia, Itália, Londres e Espanha. Raimunda, além de viajar para Portual e Bélgica, realizou seu sonho de conhecer Veneza, na Itália. 


Edionar em sua viagem para a Grécia. Foto: Arquivo Pessoal


Raimunda em sua viagem dos sonhos para Veneza, na Itália. Foto: Arquivo Pessoal
 
Entretanto, apesar desse privilégio, Edionar ressalta o lado negativo dessa experiência. “É realmente frio, tanto no clima como na forma de viver entre as pessoas, o contato é mínimo e a convivência é pontual, sempre de forma externa, em um restaurante, parque, barzinho e depois vai cada um para suas casas”.

Por fim, é importante compreender que viver fora do país te faz desvendar coisas novas e se redescobrir. Passar por altos e baixos será uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento, principalmente pessoal.

As experiências e as motivações de cada um são singulares e cada pessoa terá a sua percepção. Contudo, o que é necessário ter em comum é a vontade de vivenciar o novo. Ah, e o planejamento financeiro é um fator essencial, viajar com um bom orçamento para viver essa aventura de forma tranquila já é uma preocupação a menos. No mais, é só juntar a coragem, autoconfiança e curiosidade e guardar na mala.

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