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25/04/2019 às 16h04min - Atualizada em 25/04/2019 às 16h04min

Universitários precisam estar atentos na hora de fechar contratos de festas e formaturas

Para evitar problemas como o caso da empresa 'Aloha Formandos', é preciso tomar certos cuidados, alerta advogado

João Marques - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto: Bruna Barbosa/Reprodução

Centenas de alunos de diversas turmas de graduação que fechavam um importante ciclo em suas vidas foram surpreendidos na noite do último sábado (20) na porta de uma casa de shows na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ao chegarem ao local onde seria realizado o tão sonhado baile de formatura se depararam com as portas fechadas. A empresa responsável pela noite não compareceu, o que acabou gerando frustação e prejuízo entre os alunos. O que era para ser uma noite de comemoração acabou virando caso de polícia.. 

Segundo a Ribalta Espaço Multieventos, um comunicado foi divulgado através de uma nota fixada na porta do local. A nota dizia que a empresa Aloha Formandos, não teria honrado com os contratos dos fornecedores, necessários para a realização do evento. Ainda no aviso, o espaço ficou de colaborar com os formandos, disponibilizando uma nova data.

Após o ocorrido, algumas vítimas estiveram na delegacia para registrarem um boletim de ocorrência. Depois da frustação vivida, alguns alunos vítimas da empresa, desabafaram nas redes sociais. No começo da semana um pequeno grupo de alunos esteve no prédio onde fica o escritório da empresa no Centro do Rio de Janeiro e também encontraram as portas fechadas. Segundo um levantamento realizado pelo jornal Extra, Rodrigo Lopes Marques, dono da empresa Aloha, coleciona diversas dívidas que se somadas, chegam a quase meio milhão de reais. 
O indicado agora, é que os clientes que foram lesados procurem um advogado para ingressar judicialmente contra a empresa, buscando a reparação tanto material quanto moral pelos prejuízos causados.

A Associação Brasileira das Empresas de Formatura e Afins (ABEFORM) lamentou o ocorrido e em nota informou que ao longo dos últimos anos, situações como essa se repetem sempre motivadas pelos preços incompatíveis com os custos e pela irresponsabilidade de dirigentes sem qualquer preparo administrativo.

Sensibilizados, alguns donos de empresas de festas chegaram a procurar algumas comissões de formaturas e alunos nas redes sociais, para realizarem uma festa em uma nova data e sem custo, como forma de tentar reparar os danos causados. 


Sacrifícios para honrar com as parcelas

Karoline Miranda, formanda do curso de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), disse que a empresa desde o início foi bem prestativa e que sempre houve uma boa comunicação com os alunos formandos e que um dos motivos pra ter escolhido a empresa há dois anos, foi o sucesso que eles tinham para esse tipo de evento.

Segundo a estudante, a universidade fornece uma colação de grau gratuita com alunos de vários cursos, porém, empresas como a Aloha Formandos são contratada para ter uma festa mais completa.

Para quem paga durante meses parcelas para a tão esperada festa, as dificuldades são grandes e marcadas por sacrifícios. “Minha mãe deixou de comprar uma geladeira nova que era algo que significava muito pra ela”, disse Karoline que perdeu sua mãe no início desse ano. Mesmo após a morte da mãe, Karoline continuou pagando o restante da formatura, inclusive com trabalhos informais, empréstimos em banco e ajuda de familiares.

Universitários precisam estar atentos antes de assinar contrato, alerta advogado 

Segundo o advogado Thiago Noronha Vieira, cuidados precisam ser tomados na hora de contratar serviços como o de festas de formaturas. “Todo o consumidor deve se valer das armas existentes no mercado para se proteger na hora de uma compra ou contratação de produtos e serviços. Esses cuidados vão desde a busca no site da Receita Federal para saber a situação do CNPJ da empresa se está ativo, pesquisas sobre a reputação da empresa em sites como Reclame Aqui, usar pesquisadores de preços como o Buscapé e similares”, alerta. "O cuidado antes da contratação pode ser feito também através de conversas com outros clientes da empresa, para saber como foi a experiência, ler com calma o contrato e nunca decidir com pressa", completa.

Aluno da Faculdade Estácio CEUT Teresina, no Piauí, Francinaldo Borges diz que antes de assinar o contrato da festa de formatura, procurou o histórico da empresa. Segundo o estudante, um dos diferenciais para a escolha também foi a acessibilidade já que a empresa tem escritório em frente a instituição de ensino em que estuda. Além disso, o preço e a indicação de alguns professores teve um impacto na hora de bater o martelo.

Assim como no Piauí, muitas empresas se instalam próximas às universidades, chegam a procurar alguns alunos e comissões de formaturas para oferecer negócio no próprio campus e também com propagandas nas redes sociais.

Para Karoline, que além de perder a sua mãe, vive agora um novo pesadelo, "O sentimento que fica é de decepção. Preferia ter perdido meu celular num assalto, porque pelo menos no assalto iriam levar só meu celular. Agora eles levaram meu dinheiro, minha festa, meu sonho e o esforço da minha mãe para me dar essa festa”, conta.

Procurada, a empresa Aloha Formandos, não respondeu a nossos questionamentos.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho. 

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