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12/08/2020 às 14h18min - Atualizada em 12/08/2020 às 14h12min

Atlético-GO consegue recurso e poderá escalar jogadores que testaram positivo para Covid-19

O clube foi autorizado pela CBF, que se baseou em exames anteriores dos jogadores e novas regras do protocolo médico

Anna Voloch - labdicasjornalismo.com
Equipe do Atlético-GO durante treino. (Foto: Reprodução/Comunicação/ACG)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) liberou no fim da noite da última terça-feira (11) a escalação de quatro jogadores do Atlético-GO que testaram positivo para a Covid-19. O clube goiano entrou com um recurso alegando que os atletas estão na etapa final de contaminação e já cumpriram o protocolo de quarentena e não podem mais transmitir a doença. A CBF acatou o pedido, e os jogadores poderão enfrentar o Flamengo nesta quarta-feira.
 
A informação de que os quatro atletas haviam testado positivo foi divulgada, também na noite de ontem, por Walter Feldman, secretário-geral da CBF, em entrevista à Fox Sports. O clube diz ter sido surpreendido pela divulgação dos resultados em um programa de televisão, e não na manhã de terça-feira, como era esperado. Uma vez que os jogadores positivos treinaram com os demais antes dos resultados serem divulgados, o protocolo seguido pela entidade vem sendo questionado.
 
Entretanto, de acordo com o médico do Atlético-GO, Gleyder Sousa, “o argumento foi baseado no nosso próprio protocolo e baseado nas últimas resoluções da CBF e das instituições de saúde”. Sousa ainda relatou que houve uma interpretação equivocada divulgada pela mídia e que o departamento médico do clube já estava preparado para os resultados, pois já monitorava os atletas.
 
Após a polêmica levantada em cima da decisão, o presidente da Comissão Médica da CBF, Jorge Pagura, explicou ao GloboEsporte.com quais critérios foram utilizados para acatar o recurso do Atlético-GO.

 
“Nos baseamos em uma norma do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, já aceita pela Organização Mundial de Saúde. Essa norma prevê que, após um exame PCR positivo, o isolamento de dez dias é suficiente para liberar o paciente.  Todos os clubes estão informados sobre o que ficou estabelecido. Houve um caso do Oeste (clube paulista que joga a Série B) que foi liberado com base nos mesmos critérios”, disse Pagura.

Além disso, um documento enviado para todos os clubes das Séries A, B e C, assinado por Clovis Arns, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, deixa claro que atletas que testaram positivo há mais de dez dias podem jogar e não precisam realizar novos testes. Nesse caso, segundo informações do clube, a liberação dos atletas do Atlético-GO se enquadra.
 
Pagura ainda argumentou que a regra de realizar novos testes para que os jogadores poderem voltar a atuar não é mais utilizada. “Essa regra caiu. Não é mais preciso repetir, porque em muitos casos esses novos exames continuavam dando positivo por muito tempo, até 12 semanas, 15 semanas, em pacientes que já não transmitiam o vírus para ninguém.” O médico também garantiu: “Não vamos liberar ninguém para jogar infectado. É seguro, não há risco”.
 
O Flamengo, adversário do Atlético-GO no jogo de hoje (12), garantiu que seguirá as recomendações da CBF para que a partida ocorra com segurança.
 
COMO FUNCIONA O PROTOCOLO
 
Após o adiamento do confronto entre Goiás e São Paulo, no último domingo (9), por conta de dez casos de Covid-19 no clube esmeraldino, a CBF realizou mudanças no protocolo de saúde. Agora, a entidade passou a testar todos os jogadores inscritos no campeonato, até o limite de 40 atletas por time e não mais 23. Os clubes também podem realizar os exames em outros laboratórios e hospitais. Anteriormente, todos eram realizados pelo hospital Albert Einstein, em São Paulo.
 
Jorge Pagura ressaltou que o protocolo é estudado constantemente e alterado caso seja necessário: "É um vírus novo. Os estudos são constantes, frequentes. Diante das informações que temos, vamos atualizando o protocolo”. Dessa forma, outros clubes poderão entrar com recursos, desde que seus casos positivos se encaixem nas novas regras.

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