Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
06/09/2020 às 17h44min - Atualizada em 06/09/2020 às 17h39min

Em corrida insana, Pierre Gasly vence Grande Prêmio da Itália de Fórmula 1

Francês da AlphaTauri se aproveitou de punição a Hamilton e paralisação causada por acidente de Charles Leclerc para vencer pela primeira vez na categoria

Felipe Sousa
Pierre Gasly celebra vitória no Grande Prêmio da Itália (Foto: Lucca Bruno/AFP)
Muitos fãs reclamam da previsibilidade da Fórmula 1 dado o domínio da Mercedes e de Lewis Hamilton nos últimos anos. Mas no automobilismo o imponderável sempre bagunça a ordem das coisas. E foi exatamente isso que aconteceu neste domingo (6) quando o francês Pierre Gasly, da AlphaTauri, cruzou a linha de chegada para vencer o Grande Prêmio da Itália em seu primeiro triunfo na carreira.

Isso foi possível devido a um conjunto de fatores: Lewis Hamilton, que liderava a corrida com tranquilidade, foi punido com um stop-and-go de dez segundos por ter entrado no pit-lane quando este estava fechado e, logo depois, Charles Leclerc sofreu um forte acidente que forçou o acionamento da bandeira vermelha, causando a interrupção da prova. Gasly se sobressaiu na relargada, assumiu a ponta depois que Hamilton entrou no pit para cumprir a punição e resistiu às investidas de Carlos Sainz Jr. para vencer. O espanhol da McLaren terminou em segundo – sua melhor colocação na carreira. Lance Stroll, da Racing Point, fechou um improvável pódio.

Além de ter sido a primeira vitória de Gasly na carreira também foi a primeira vitória de um francês em 24 anos – o último havia sido Olivier Panis, que venceu o GP de Monaco de 1996 a bordo de uma Ligier. A corrida em Monza também marcou a despedida da família Williams da Fórmula 1: com a aquisição da equipe inglesa pelo fundo norte-americano Dorilton Capital, Claire Williams realizou sua última corrida no comando do time.

A corrida

A largada foi de contrastes para os pilotos da Mercedes: ao mesmo tempo que Lewis Hamilton conseguiu segurar a liderança, Valtteri Bottas teve uma largada para esquecer ao cair de segundo para sexto. Carlos Sainz, que ultrapassou rapidamente o francês, assumiu a segunda posição e seu colega de equipe, Lando Norris ,apareceu em terceiro. O finlandês chegou a reclamar de um pneu furado, mas a equipe constatou que não havia nada de errado. Max Verstappen foi outro que largou mal e perdeu duas posições – de quinto para sétimo.

Sebastian Vettel, da Ferrari, se engalfinhava no fim do pelotão. Na volta seis, enquanto brigava com George Russell, o alemão teve problemas nos freios e passou reto na chicane da primeira curva. Em seguida, foi obrigado a recolher nos boxes e abandonar a corrida. Apenas o início do pesadelo tifosi em casa.

Na volta 19, Kevin Magnussen, da Haas, encosta o carro na área de escape na saída da curva parabólica, o que força a entrada do safety-car na volta seguinte. Logo em seguida, a Mercedes chama Hamilton para a troca de pneus, mesmo com o pit-lane fechado naquele momento; as trocas foram autorizadas apenas na volta 23, e Hamilton passou a ser investigado pela comissão de prova.

O britânico seguia na liderança à frente que Lance Stroll (que não parou para a troca de pneus), Pierre Gasly e Antonio Giovinazzi (também sob investigação por entrar no pit-lane fechado).

Na volta 25, já depois da relargada, Charles Leclerc perdeu o controle da sua Ferrari na saída da curva parabólica e se chocou fortemente contra a barreira de pneus a 220 km/h. Felizmente, o monegasco saiu do veículo andando e sem ferimentos. A bandeira vermelha foi acionada, e a prova foi interrompida para a remoção do carro e o conserto da barreira destruída. Durante a paralisação, a direção de prova confirmou as punições a Hamilton e Giovinazzi: um stop-and-go de 10 segundos.

Lance Stroll, por sua vez, estava com a faca e o queijo na mão ao poder relargar em segundo e com pneus novos, já que o regulamento permite a troca de pneus durante bandeira vermelha. Na relargada, no entanto, o canadense da Racing Point foi mal e caiu para o quinto lugar; Hamilton largou bem, como de costume, mas entrou nos boxes para cumprir a punição. Gasly assumia a liderança, com Kimi Räikkönen em segundo e Giovinazzi, em terceiro.

Na volta 31, Max Verstappen abandonou a prova, ao mesmo tempo em que Giovinazzi entrara nos boxes para cumprir a penalidade de stop-and-go. Na frente, Kimi Räikkönen tentou bravamente segurar seus oponentes, mas a deficitária Alfa Romeo sucumbiu e o finlandês foi ultrapassado por Sainz, Stroll, Norris, Bottas e Daniel Ricciardo.

Carlos Sainz, de volta ao segundo lugar, iniciou uma perseguição ao líder Gasly. O espanhol cortou aos poucos a diferença e chegou a acionar o DRS nas voltas finais para ultrapassar, mas o francês resistiu bravamente à pressão e cruzou a linha de chegada para vencer de forma épica o GP da Itália.

Lewis Hamilton merece um destaque à parte: após ter ficado em último depois da punição, o britânico teve um desempenho notável e ultrapassou nove oponentes para terminar a corrida no sétimo lugar, além de ter faturado o ponto extra da volta mais rápida.

O circo da Fórmula 1 segue na Itália: no próximo fim de semana, a corrida acontecerá no Circuito de Mugello, ao nordeste de Florença, para o Grande Prêmio da Toscana. O autódromo, pertencente à Ferrari, receberá a milésima corrida da equipe italiana na categoria.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »