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28/09/2020 às 14h50min - Atualizada em 28/09/2020 às 14h36min

Brasil chega pela primeira vez ao conselho do Rugby mundial com uma mulher

Marjorie Enya, ex-gerente da seleção brasileira feminina, é indicada ao conselho da World Rugby

Emille Beatriz Costa - labdicasjornalismo.com
Brasileira é escolhida para bolsa de liderança pela Sudamérica Rugby. Foto: Getty Images /David Rogers
O Brasil pela primeira vez terá voz no Conselho da World Rugby, espécie de órgão legislativo do rúgbi mundial. Marjorie Enya é a primeira pessoa brasileira a alcançar tal posto é uma mulher. Ela é a ex-gerente da seleção brasileira feminina e agora representante de Atletas do Conselho da CBRu e integrante eventual da mesa oval da central 3 e portal do Rugby.

As bolsas foram destinadas a mulheres que já participaram na gestão do Rugby e que têm potência para se envolverem nos Conselhos de suas federações. A bolsa será usada para financiar a capacitação continua das nomeadas, podendo ajudar a bancar viagens para conferências, palestras, cursos, oficinas e tutoriais.  

O Rugby da América do Sul enviará a brasileira como representante feminina do Conselho Mundial de Rugby para substituir Alejandro Betancur (Colômbia), que fez um grande trabalho nos últimos dois anos na busca pela região e pelo rugby feminino. Betancur desempenhou um papel fundamental na obtenção de um caminho sul-americano para a Copa do Mundo de Rúgbi 2021 para o rúgbi feminino sul-americano. 

"É uma responsabilidade imensa ser a primeira brasileira a ter um assento no Conselho da World Rugby, sobretudo por minha indicação ter se dado de forma unânime tanto pelo Conselho de Administração da CBRu quanto pelo Conselho Diretivo da Sudamérica Rugby. É um reconhecimento não só à governança da CBRu, da qual eu faço parte desde 2018, mas sobretudo ao caminho brilhante trilhado pelas mulheres do rúgbi feminino no Brasil desde muito antes de eu conhecer o esporte", disse ela em entrevista ao Blog da Uol. 

O Conselho da World Rugby tem 52 cadeiras distribuídas aos países com mais tradição no esporte (Inglaterra, França, Austrália e África do Sul, por exemplo, têm três cadeiras), a nações de nível intermediário (EUA e Uruguai agora têm um lugar cada, por exemplo) e às federações continentais. 

Todos os membros com duas ou mais cadeiras precisam indicar ao menos uma mulher e foi o que fez a assembleia da Sudamerica Rugby (a federação sul-americana) no sábado (26), quando escolheu Marjorie para o posto. A reunião também reelegeu o uruguaio Sebastian Piñeyrua como presidente do órgão sul-americano. 

Marjorie formou-se em História pela USP, mas tem carreira ligada ao esporte. Ela coordenou a seleção feminina na Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu) e foi gerente de serviços na instalação do rúgbi na Olimpíada do Rio e na Copa do Mundo de Seves nos EUA em 2018. Ao fim da Olimpíada, pediu em casamento a jogadora Izzy Cerullo, gerando um dos momentos históricos da Rio-2016. Ela fez MBA em gestão de projetos na FGV e, em 2018, foi selecionada para o programa de desenvolvimento de lideranças femininas financiado pela World Rugby.. Atualmente cursa mestrado na Academia Olímpica Internacional, na Grécia. 

Catalina Betancur (Colômbia) e Virginia Carolina Varela (Venezuela) juntam-se ao Conselho, dando às mulheres um papel mais importante no rúgbi feminino e na tomada de decisões na região. Também está de volta Carlos Barbieri, ex-presidente do Rugby da América do Sul, como tesoureiro. 

Da mesma forma, o Rugby da América do Sul apoiou a candidatura do Panamá a se tornar membro associado do World Rugby, decisão que a entidade controladora tomará em novembro. Se a apresentação for bem-sucedida, o Panamá será a décima primeira federação ou união regional a aderir ao Mundial de Rugby. 

 
O Presidente Piñeyrúa, por outro lado, disse: “a pandemia global COVID-19 afetou o rúgbi não só na região, mas no mundo, mas é um orgulho saber que todos os sindicatos e federações continuaram trabalhando com as ferramentas e possibilidades que tinham. a mão. Essa resiliência é algo que nos caracteriza e nos promete um bom retorno à atividade quando for seguro em cada país. 2019 foi um ano de muitos marcos, ancorados na competição: organizamos 18 torneios regionais de ambos os sexos e em diferentes categorias e níveis. Nem a região esquecerá a alegria do triunfo uruguaio contra Fiji em Kamaishi durante a Copa do Mundo de Rúgbi 2019, da qual um ano foi comemorado ontem. Embora 2020 tenha eliminado muitas ilusões, estou convencido de que voltaremos mais fortes, mais bem preparados e com maior desejo de alcançar mais meninos e meninas com o rúgbi, aumentando uma crescente família do rúgbi."

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