08/12/2020 às 09h55min - Atualizada em 08/12/2020 às 09h52min
Stéphanie Frappart é a primeira mulher a apitar a Champions League
Francesa comandou o confronto entre Juventus x Dínamo de Kiev
Tamires Zinetti - editado por Stefany Cardoso
Foto: Vincenzo Pinto Aos 36 anos, Stéphanie Frappart se tornou a primeira árbitra de um jogo válido pela Champions, na última quarta-feira (2), entre Juventus e Dínamo de Kiev, onde o time de Turim saiu com a vitória por 3x0. Os gols foram marcados por Federico Chiesa, Cristiano Ronaldo e Álvaro Morata.
No jogo foram 20 faltas e três cartões amarelos, Frappart foi precisa quando acionada. A francesa entrou pra história e “agitou” as redes sociais. O perfil oficial da Fifa para o Mundial feminino comemorou a escalação da juíza.
“A árbitra que assumiu o comando do #FIFAWWC final em 2019 abriu novos caminhos. Stephanie Frappart se tornará a primeira mulher a arbitrar um time masculino na Champions League no jogo entre Juventus e Dínamo na quarta-feira. Entre aí, Stephanie!”.
A melhor jogadora da temporada 2019/20, Pernile Harder, exaltou sua arbitragem chamando de “inspiração para as futuras gerações”: “Máximo respeito por ter alcançado o mais elevado nível do futebol masculino. Parabéns, Stephanie Frappart. Uma grande inspiração e esperança de algo que possamos ver mais vezes no futuro”, afirmou.
No perfil da Juventus, Leonardo Bonucci, capitão do time italiano, e Gündoğan, volante do Manchester City, também se manifestaram e comemoram a estreia da francesa na competição.
NO FUTEBOL
Em entrevista ao Bustle, Stéphanie revelou que era a única mulher no curso, quando começou a estudar para ser árbitra, e desde 2014 faz parte do quadro de árbitros da Federação Francesa de Futebol (FFF). Em entrevista Agence France-Presse (AFP) a francesa disse que a escolha para sua arbitragem foi reconhecimento de sua competência. "Eu não quero receber benefícios ou ser escalada na Ligue 1 porque sou mulher. O que estou conseguindo agora é reconhecimento pelo meu trabalho", declarou. No mesmo ano, ela começou a apitar jogos da segunda divisão do campeonato francês, a Liga 2.
Em 2019, antes do jogo da Supercopa da UEFA entre Liverpool e Chelsea, Frappart foi questionada sobre a diferença entre apitar jogos masculinos e femininos. “Não há muita diferença, porque o futebol é o mesmo. Existem as mesmas regras, por isso irei conduzir da mesma forma que apito as ligas femininas”. Após o confronto, foi elogiada pelo ex-árbitro italiano e atual chefe de arbitragem da UEFA, Roberto Rossetti, “Stéphanie provou ao longo de vários anos que é uma das melhores árbitras não apenas na Europa, mas em todo o mundo.”
Três meses depois, foi árbitra da final da Copa do Mundo Feminina entre Estados Unidos e Holanda, que terminou com o Tetra das americanas, após uma vitória por 2 a 0. No mesmo ano também foi a primeira mulher a apitar um jogo da Liga Europa. Em 2020 participou da arbitragem de jogos da Liga Europa, entre Djurgarden e College Europa, pelas fases preliminares. Em seguida, entre Leicester e Zorya e Granada e Omonia, do Chipre, pela fase de grupos da competição.
NO BRASIL
Na década de 2000, Silvia Regina foi a primeira mulher a apitar jogos do futebol masculino no Brasileirão. 15 anos depois, Edina Alves Batista, voltou a comandar o time de arbitragem em um jogo, no confronto entre CSA x Goiás, válido pelo campeonato Brasileiro. Edina também trabalhou na Copa do Mundo Feminina, na França, em 2019, ao lado das assistentes Neuza Inês Back e Tatiana Sacilotti.
Vale lembrar que em 2019, as mulheres representavam 10,28% do quadro de arbitragem da CBF. Ao todo eram 752 homens atuando e 86 mulheres.