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13/02/2021 às 09h10min - Atualizada em 13/02/2021 às 08h02min

Crimes virtuais aumentam durante período de isolamento social

Apenas no Brasil, houve 2.6 bilhões de ataques cibernéticos de janeiro a junho de 2020, segundo Fortinet

Julia Wellmann - Editor: Ronerson Pinheiro
Crimes cibernéticos aumentam durante o isolamento. Foto: Pixabay/Reprodução
Com as medidas de isolamento social adotadas para prevenir à Covid-19, o home office se tornou o principal modelo de trabalho para 43% das empresas brasileiras, segundo pesquisa da consultoria Betania Tanure Associados (BTA). Com isso, o número de compras e transações bancarias online disparou, sendo um grande atrativo a criminosos virtuais que praticam os mais diversos cibercrimes, como roubo de senhas, de dados, compras via clonagem de cartão, entre outros.

Dados da Fortinet, ferramenta que coleta e analisa incidentes de segurança cibernética em todo o mundo, mostram que apenas no Brasil, houve 2,6 bilhões de ataques cibernéticos de janeiro a junho de 2020. Já o número de ameaças aumentou 394% de janeiro a novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com um levantamento da empresa Apura Cybersecurity.

Após um aumento significativo de roubo de dados e clonagem de cartões, inúmeras reclamações a pedido de um posicionamento dos bancos foram feitas nas redes sociais, como aconteceu com Luis Gustavo Silva Mandu, de 19 anos. “Roubaram meus dados e fizeram compras no cartão de crédito, no meu extrato aparece o nome da pessoa.”, comenta Luis. “Denunciar foi a minha primeira ideia, imediatamente entrei em contato com o banco, cancelaram meu cartão, vão me enviar um novo e pediram um prazo de 45 dias para avaliar a situação”, completa. Ao postar o que havia acontecido no Twitter, a conta do aplicativo de pagamento online, entrou em contato pedindo mais informações. Depois do ocorrido, Luis irá redobrar seus cuidados com as plataformas. “Evitarei me cadastrar em bancos que são contas de pagamento, pois a segurança dos dados é baixíssima”, afirma ele.

Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as instituições registraram aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing, 55% a mais do que o registrado em 2019.

O crime conhecido como Phishing é o recebimento de e-mails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos, assim, conseguindo roubar os dados pessoais de quem acessa. “O foco sempre é dinheiro, pegam os dados das pessoas, fazem compras com os cartões de crédito, fazem dívidas ou compram coisas em lojas de departamento”, diz Caio, Escrivão da Polícia Civil. “O estelionato, sem dúvidas, foi o crime mais cometido”, completa. “As pessoas precisam se informar bastante, não ceder os dados na internet, precisam tomar cuidado com as senhas, mudar as configurações dos aplicativos para verificação em duas etapas e não acreditar nos SMS que recebem de bancos e lojas pedindo pra confirmar os dados”, alerta Caio.

Com o intuito de combater os crimes, além do aumento das investigações, em 2020 foi inaugurada a Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) da Policia Civil, que está subordinada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), localizado na Rua Brigadeiro Tobias, 527, Luz.

As denúncias de crimes virtuais podem ser realizadas em todas as delegacias. “Antes a denúncia era feita somente na delegacia especializada, mas imagina, uma moça, mãe de cinco filhos, chega aqui, não tem dinheiro pra pegar ônibus, ter que atravessar São Paulo, nós fazemos aqui e mandamos para o local certo para investigação”, explica o escrivão.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho 

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