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19/02/2021 às 09h51min - Atualizada em 19/02/2021 às 08h12min

Adolescente é suspeita de planejar assassinato da mãe e irmã para manter romance com padrasto

Elas estavam desaparecidas desde novembro de 2020 e foram encontradas mortas no dia 2 de fevereiro

Alaiza Nogueira - Editor: Ronerson Pinheiro
Mãe e filha foram mortas em Pompeia; padrasto e enteada de 16 anos são suspeitos do crime. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução G1
Um crime em nome do amor acabou vitimando mãe e filha. O assassinato aconteceu em Pompeia, interior de São Paulo, onde a polícia encontrou os corpos de Cristiane Pedroso dos Santos Arena, 34 anos, e Karoline Vitória dos Santos Guimarães, 9 anos, no dia 2 de fevereiro. A suspeita é uma das filhas da vítima, a menor de 16 anos.

De acordo com a Polícia Civil, a adolescente mantinha um relacionamento com o padrasto, o psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato, de 36 anos, também suspeito.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Claudio Anunciato Filho, mãe e filha mais velha não mantinham um bom relacionamento, e a garota também não gostava da irmã caçula. O delegado disse que o suspeito detalhou que matou a esposa em uma briga, em suposta legítima defesa, com um golpe de faca. Já a criança, foi morta asfixiada com a mão.

Além do duplo homicídio e ocultação de cadáver, Fabrício é investigado por estupro de vulnerável pois teria abusado sexualmente da enteada mais velha há vários anos. Ele teve a prisão preventiva decretada e foi levado para penitenciária de Álvaro de Carvalho, no interior paulista.

A adolescente responderá por ato infracional análogo ao duplo feminicídio - mãe e irmã - e ocultação de cadáver combinado com a violência doméstica. Segundo a delegada Débora Mafra, da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher, a menor pode ficar apreendida por até 3 anos.

A Justiça considera estupro de vulnerável, independente de consentimento, quando um adulto se relaciona com um adolescente menor de 14 anos. "Dos 15 aos 16 anos cabe ao réu provar que a relação foi consentida e pode ser necessário que o jovem passe por exames psicológicos para que seja avaliada a capacidade de discernimento dela", explica o advogado Otávio Barduzzi.
 
Relembre o caso 

Os corpos de Cristiane Arena, de 34 anos, e Karoline Vitória, de 9 anos, foram encontrados enterrados no quintal da casa onde moravam. Mãe e filha, estavam desaparecidas desde novembro de 2020.

A Polícia Civil da cidade de Pompeia, interior de São Paulo, foi quem encontrou as vítimas. Ela desconfiou do crime após ver que uma parte da residência estava reformada, com um piso de concreto. As autoridades utilizaram uma retroescavadeira para quebrar o chão.

A polícia chegou ao local após receber uma denúncia de cárcere privado informando que a adolescente sofria abusos por parte do padrasto, o ex-companheiro da mãe. O suspeito se passou por morador de rua durante sua fuga e pediu ajuda em uma igreja evangélica no estado de Mato Grosso do Sul, informou a Polícia Civil.

A adolescente confessou ter ajudado a enterrar a mãe e a irmã, mas nega participação nos assassinatos.

Durante o período em que estava foragido, a polícia obteve informações de que Fabrício havia sido visto passeando pelo centro de Bataguassu, na divisa com o estado de São Paulo, e depois teria ido à Campo Grande, capital sul-mato-grossense. Após denúncia, o suspeito acabou sendo capturado em 8 de fevereiro enquanto trabalhava em uma obra.
 
 
Editora-Chefe: Lavínia Carvalho

 
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