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26/02/2021 às 00h52min - Atualizada em 26/02/2021 às 23h51min

Golpes do WhatsApp põem o Pix em risco

A rapidez das transações via Pix acaba facilitando a ação dos criminosos

Paulo Marques Pinto - Editado por Manoel Paulo

O Pix foi criado pelo Banco Central (BC) e passou a funcionar em novembro de 2020, a fim de simplificar as transferências bancárias, além dos conhecidos TED e DOC, que são limitados e só funcionam durante o expediente bancário e o novo sistema 24 horas e 7 dias por semana e em poucos segundos.

 

A utilização do Pix requer o cadastro de uma chave que pode ser o CPF/CNPJ, o número do celular ou o e-mail. 

 

Em 11 de fevereiro o Pix ficou fora do ar e os clientes dos bancos não conseguiam realizar transferências pelo sistema. 

 

Bancos como Bradesco, Caixa Econômica, Itaú, Banco do Brasil, PicPay, Nubank e outros tiveram problemas, a transferência via Pix chegou a levar mais de uma hora para a conclusão. O Nubank relatou, como causa do imprevisto, "oscilações no provedor de conexão com o Banco Central". Mas o Itaú garantiu que não houve nenhum problema nas transações. 

 

Esse problema relatado pode ser o menor dos problemas com o Pix, e não é porque o sistema é falho, mas a sua facilidade e agilidade tem sido utilizado para a aplicar golpes via WhatsApp. 

 

O golpe começa quando o infrator entra em contato, faz uma simulação e pede a confirmação de um código enviado ao celular da vítima. Feita a clonagem, ele envia mensagens aos contatos dela, pedindo pagamento ou transferência. Antes disso, o Pix exibe o nome completo, o nome do banco e um trecho do CPF ou CNPJ do destinatário, os quais ficam salvos no comprovante digital. Num aviso, todas as chaves e contas envolvidas em fraude são marcadas. Mediante denúncia da vítima, o banco pode bloquear a movimentação da conta. Embora não haja lei que imponha a devolução da quantia perdida, há decisões judiciais que podem favorecer o banco ou o cliente. Porém, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) determina a análise cuidadosa de cada golpe, com base nos detalhes das transações efetuadas. 

 

O primeiro passo para evitar um golpe é conversar pessoalmente ou por telefone. "Também é importante verificar atentamente os dados do destinatário antes de confirmar a transferência via Pix", orienta Ione Amorim, coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Se o Pix estiver em nome de terceiros, é necessário prestar mais atenção. Além disso, cabe à Polícia investigar o golpe. A apuração pode desvendar o crime cometido e ajudar a recuperar o dinheiro. Além disso, caso a vítima se sinta prejudicada pelo banco ou aplicativo de mensagens utilizado, pode entrar com uma ação como consumidora para ter a quantia restituída.

 

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