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12/03/2021 às 11h43min - Atualizada em 12/03/2021 às 11h36min

“Modern Love”: a série que vai te fazer acreditar de novo no amor

Inspirado na coluna do famoso jornal The New York Times, o seriado exibe oito episódios com histórias de amor reais e cotidianas

Por Giulia Monteiro - Editado por Roanna Nunes
Foto: Reprodução/Google
“Modern Love” é um seriado estadunidense de comédia romântica, estreado em outubro de 2019 na plataforma de streaming Amazon Prime Video. Traz oito episódios sobre diferentes histórias, com cerca de 30 minutos cada. A série tem direção de John Carney, Tom Hall, Sharon Horgan e Emmy Rossum. Também conta com um elenco incrível, com nomes como: Anne Hathaway, Dev Patel e Tina Fey. Até o cantor Ed Sheeran faz uma participação especial.

Os episódios são antologias, ou seja, funcionam de forma independente, porém com algumas conexões entre si. As histórias são baseadas em acontecimentos reais, com uma pitada de fantasia dos diretores para prender mais a atenção do telespectador e adaptar melhor à produção. Foram contadas em uma coluna semanal, de mesmo nome, no jornal The New York Times, criada pelo jornalista Daniel Jones em 2004.

Contudo, “Modern Love” é mais que apenas uma série clichê de comédia romântica. As histórias passam importantes mensagens, que fazem o telespectador refletir sobre temáticas relevantes. Uma das principais premissas da série é explorar o amor em todas as relações e em suas diversas formas – o amor romântico, próprio, sexual, familiar, platônico, fraternal, maduro... e o empático. A trama reproduz bastante a ideia da empatia, com lições de vida que nos mostram a importância de se por no lugar do outro.

Isso pode nos fazer questionar sobre essa ‘padronização do amor’, que ainda existe na sociedade. Mesmo com diferentes raças, orientações sexuais, aparências, personalidades ou estilos de vida, é comum as produções televisivas mais famosas terem apenas, ou em grande maioria, um par romântico com o qual a família tradicional brasileira está acostumada, sem muita diversidade. Em “Modern Love”, os diretores exploram diferentes relacionamentos com pessoas mais próximas à realidade atual. Mostram que o amor vem a qualquer idade e de todas as formas. É claro que a série ainda precisa de mais inclusão, porém está indo pelo caminho certo.

Mas, além de tudo isso, o programa aborda um tema que, para mim, é o mais complexo de todos: a bipolaridade. Protagonizado por Anne Hathaway, o terceiro episódio “Me aceita como eu sou, quem quer que eu seja" da série conta a história de Lexi, uma advogada bem sucedida de Nova York, que possui dificuldade em manter qualquer tipo de relação, seja romântica, familiar, de amizade ou de trabalho. A personagem possui uma doença mental que esconde de todos que a cercam: o transtorno afetivo bipolar. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 140 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse transtorno, e é considerado uma das maiores causas de incapacidade.

A série mostrou os altos e baixos da doença, sem romantizá-la. Além de atrapalhar suas relações e sua vida na totalidade, essa inconstância da personagem, desencadeada pelo transtorno, deixou marcas que muitas pessoas puderam se identificar. A dificuldade de se entregar por inteiro, de se permitir se expor e ser vulnerável com o outro foram expostas e muito bem colocadas durante o episódio. Foi possível sentir a leveza de Lexi após contar sobre sua condição, finalmente, a uma amiga de seu antigo emprego, o que pode ter inspirado muitas pessoas e histórias.

O seriado é ambientado e gravado em Nova York, nos Estados Unidos, com cenários que podem ser bem acolhedores. De acordo com Katiúscia Vianna, uma crítica do site Adorocinema, a série “é tão bem executada [...] que ‘Modern Love surge como uma bela opção para ser sua nova série de conforto, que irá te fazer rir e chorar ao mesmo tempo. Sem falar que é uma grande homenagem à Nova York, escolhendo belas locações, a fim de dar mais charme para cada trama”.


Já para Natalie Rosa, redatora e crítica do site Canaltech, “o episódio final está perto de ser uma das coisas mais bonitas que assistimos na televisão nos últimos tempos”. Ela acredita que o objetivo da série é mostrar que cada pessoa tem a sua história, por mais simples ou mais complexa que seja. “’Modern Love’ não é uma série triste, mesmo que haja doenças e fatalidades. [...] Cada momento e detalhe da vida pode se tornar uma grande narrativa e inspirar outras pessoas”.

O programa é perfeito para uma maratona de fim de semana, já que são poucos episódios e não são muito longos. No meio do caos em que estamos vivendo atualmente, “Modern Love” pode te surpreender e te fazer acreditar novamente no amor e em finais felizes. Ademais, devido às temáticas importantes e atuais abordadas, também pode servir de aprendizado, além de ser possível se relacionar aos personagens e realmente conseguir se conectar com o programa. A série já foi renovada, pela Amazon, para uma segunda temporada.

As oito histórias nas quais se baseiam os episódios estão disponíveis no site do The New York Times, confira:


Episódio 1 - Quando o porteiro é seu melhor homem
Episódio 2 - Quando o cupido é uma jornalista curiosa
Episódio 3 - Me aceita como eu sou, quem quer que eu seja
Episódio 4 - Renovando para manter o jogo vivo
Episódio 5 - No hospital, um interlúdio de clareza
Episódio 6 - Então ele parecia um pai, e era só um jantar, não é?
Episódio 7 - Um mundo só pra ela
Episódio 8 - A corrida fica mais gostosa na volta final

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