Da escrita cuneiforme às telas touch screen, a poesia sempre esteve presente na vida de quem a escreve e de quem a lê — ou melhor, de quem a sente. O significado da poesia é meramente subjetivo. Seja lírica, épica ou dramática, todas elas sempre têm algo em comum: o sentimento do poeta.
Num dia desses perguntei a alguém — mas não um alguém qualquer, uma pessoa especial — qual era o significado da poesia para ela. Profundamente, respondeu-me que a poesia é sentido, sentir, transcrever sentimento; é a parte mais bonita dela, é ela nua e crua. A poesia surge na dor, na euforia e na paixão. É nos momentos de angústia que essa pessoa torna-se mais produtiva. Acredita que escrever é terapêutico, como se no momento da escrita tudo fosse despejado para fora e depois não restasse mais nada. Escrever é o seu grito.
Se um dia alguém perguntar o que a poesia significa para mim, sei bem o que responder — apesar de não ter uma opinião formada sobre tudo. Até lá, talvez a minha resposta mude, mas continuará carregando a mesma essência: os sentimentos; afinal, não há poesia sem sentimentos, assim como não há vida aos peixes sem a água.
Sem mais delongas, dizer-te-ei o que é a poesia para mim... Poesia é o fragmento de mim que ninguém vê, o fragmento desconhecido. É o lugar onde a sensibilidade que reside em mim é posta em evidência veementemente. É o palco para a minha introversão. É o meu vocabulário oculto. São as minhas dúvidas e certezas. Meus momentos de desassossego. Poesia é a taça de vinho tinto no dia frio. É alívio existencial. É a saudade de momentos não vividos. É o grito que vem do âmago. Poesia nasce do âmago. É a música que a minha melancolia dança. Poesia é o que vai ficar de mim, quando eu for. Penso que a poesia não tenha um significado universal, mas sim subjetivo.
Poesia é tudo, para quem sente muito.