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05/05/2021 às 19h53min - Atualizada em 05/05/2021 às 19h49min

A trajetória do Palmeiras até tornar-se um time formador de pratas da casa

Cada vez mais atletas formados na base alviverde tem vestido a camisa em jogos da equipe principal

Paula Sant Ana - Editado por Juan Camilo
As crias da academia marcaram presença na temporada 2020 - Foto: Divulgação/Cesar Greco/Agência Palmeiras

Após a era da Parmalat na década de 1990, o Palmeiras atravessou períodos financeiramente instáveis. Atingiu o ápice em 1999, com a conquista da América, mas nos anos seguintes, os títulos não vieram e, apenas três anos depois de vencer a Libertadores, sentiu o gosto de cair para a Série B do Brasileirão

 

O goleiro Marcos, um dos maiores ídolos da história do clube, decidiu abrir mão de uma proposta milionária do Arsenal para continuar nos arredores da Barra Funda. Sem muitos sustos, ao final de 2003, a equipe palestrina voltou à elite nacional. Porém, seriam mais anos de seca e de correr por fora, como coadjuvante, enquanto os rivais venciam.

 

Uma solução alternativa de clubes com problemas monetários é buscar opções em casa, ou seja, na base. Neste longo período, poucos nomes surgiram, conhecidos entre os torcedores como "eternas promessas", daqueles que não vingam e vão para outros clubes, muitas vezes de menor expressão. Depois do tempo adverso, em 2008 um título finalmente veio - o Paulistão, vencido em cima da Ponte Preta pelo placar de 5 a 0. Na sequência, o Brasileirão de 2009 escapou na reta final, além da não classificação para a Libertadores. Essa, inclusive, uma das maiores obsessões da torcida palmeirense, mas distante nessa fase.

 

Mais um período de seca e sem muitas esperanças no banco, a Série B amargou outra vez. Em 2014, no ano da reinauguração do antigo Palestra Itália (ou Parque Antártica), o Allianz Parque pode reaproximar a torcida que, durante cinco anos, assistiu partidas em Barueri, no interior do estado, no Pacaembu e etc.

 

Salvo pelo Santos na última rodada, com a torcida comemorando gol do rival histórico, uma reestruturação nos anos seguintes aconteceria. Paulo Nobre, empresário e fanático pelo Palmeiras, investiu dinheiro e ajudou nas dívidas do clube. A chegada de Alexandre Mattos e da patrocinadora máster Crefisa também mudou os ares na Barra Funda. 

 

No início de 2015, mais precisamente em março, a torcida pedia a entrada de uma revelação da base, Gabriel Jesus. Sob o comando de Oswaldo de Oliveira, um meme surgiu na internet. Aos gritos de "Gabrieeel", o torcedor Aladim Araújo representou grande parte dos palmeirenses. Depois do jogo, o técnico imitou os gritos incessantes.

 

O atacante trouxe uma atenção aos jogadores das categorias que chegam ao profissional, desta nova geração, foi o primeiro a ser tão pedido a ponto de render posts na web e até engajamento. No mesmo ano, mas com Marcelo de Oliveira, Gabriel foi muito utilizado e fez gols decisivos pela Copa do Brasil, como por exemplo contra o Cruzeiro.

 

Com apenas um ano e meio de atleta profissional, a promessa da base foi para a Europa, a pedido de Pep Guardiola, técnico do Manchester City. Por causa de investimentos, as próximas temporadas foram marcadas por títulos, principalmente nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20, tornando o Palmeiras um dos centros mais visados do Brasil, junto ao Flamengo, Corinthians, Fluminense e entre outros.

 

TÍTULOS E PARTICIPAÇÕES

De acordo com os dados, em 2017, o Palmeiras conquistou um total de 16 títulos, mais 23 em 2018 e 34 em 2019. Já em 2020/2021, foram menos disputas, por causa da pandemia, mas segue conquistando taças no sub-17 e sub-20. Além disso, entre 2017 e 2019, o investimento foi de cerca de R$ 90 milhões.

 

Desde 1993 o Palmeiras não vivia um ciclo tão vitorioso. A última temporada rendeu ao Verdão a Flórida Cup, Campeonato Paulista, Libertadores e Copa do Brasil. Dos 79 jogos, os meninos da base só não atuaram em um: empate por 1 a 1 contra o Grêmio, em partida válida pela 30ª rodada do Brasileirão, no Allianz Parque.

 

Marcada também pela quantidade de atletas da base relacionados para os jogos, a temporada teve um total de 31 atletas na lista. Leandro, Mateus e Vinicius (goleiros); Lucas Esteves, Quiñonez, Ramon Rocha, Vanderlan e Victor Luis (laterais); Renan, Henri, Helder e Pedrão (zagueiros); Alan, Caio Cunha, Danilo, Gabriel Menino, Juninho, Patrick de Paula, Pedro Bicalho, Ramon Cesar, Vitinho (meias); Aníbal, Angulo, Fabrício, Gabriel Silva, Gabriel Veron, Marcelinho, Mariano, Pedro Acácio, Robinho e Wesley (atacantes).

 

Dentre esses, Patrick, Danilo, Wesley, Veron e Menino foram destaques diretos nas conquistas de títulos, com gols, assistências e atuações chamativas. Já na temporada 2021, o zagueiro Renan é uma das petições palmeirenses, devido às últimas falhas do zagueiro Luan na Copa do Brasil, Mundia de Clubes e Supercopa do Brasil.

 

No Paulistão deste ano, o técnico Abel Ferreira tem utilizado os jovens em quase todos os jogos, para poder disputar paralelamente à Libertadores. Caso avance às próximas fases, também deve ser uma alternativa para a Copa do Brasil e Brasileirão, por causa da quantidade excessiva de jogos.


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