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07/05/2021 às 18h44min - Atualizada em 07/05/2021 às 18h28min

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Diante da crise de desinformação, jornalismo livre é o antídoto

Isabelle Gesualdo - Editado por Andrieli Torres
Fonte/Reprodução: Google

No dia 3 de maio é comemorado a liberdade de imprensa mundialmente. A data comemorativa foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1993, com o objetivo de celebrar o direito dos profissionais de apurar e publicar as notícias sem censura, defender a mídia contra ataques e homenagear os jornalistas que perderam as vidas no exercício da profissão. 

 

A data vem sendo enfatizada com veemência, no atual contexto em que a liberdade de imprensa está sendo degradada de maneira paulatina, sobretudo no Brasil, devido a crise de desinformação, teorias conspiratórias e discurso de ódio.

 

De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras, o país ocupa o 111º lugar no ranking mundial de liberdade de imprensa, a posição está caindo há quatro anos consecutivos e está na zona vermelha - área em que a liberdade de imprensa é considerada difícil ou grave. O trabalho dos jornalistas ficou ameaçado após a posse do presidente Jair Bolsonaro, segundo a ONG. Mandato marcado por insultos aos profissionais, desconfiança diante das informações e negacionismo. 


Os jornalistas tiveram um duplo trabalho durante a pandemia, de apurar os fatos e bater de frente com o negacionismo que foi, na maioria das vezes, imposto por atores políticos e reverberaram nas mídias. Além de serem acusados de causar pânico na sociedade e superestimar a crise, apesar dos dados comprovatórios. 
 

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) alerta: “Os jornalistas correm grandes riscos pessoais, incluindo novas restrições, censura, abuso, assédio, detenção e até morte, simplesmente por fazerem seu trabalho.”



 

No entanto, é sabido que os impasses enfrentados pelos jornalistas não são recentes, tampouco estão restritos ao cenário pandêmico. Durante o governo militar, ocorrido entre 1964 a 1985, foi censurado o direito à liberdade de expressão e liberdade de imprensa, concomitantemente.

 

Foi precisamente no Ato Institucional nº 5 que a repressão chegou a níveis insuportáveis. As pautas precisavam ser analisadas pelo Estado e seu exército de militares antes de serem aprovadas, com isso era comum ver espaços vagos nos jornais impressos, ou, algumas vezes, preenchidos com receitas culinárias. 

 

Além de censurar o direito crucial para execução da democracia - a notícia, com ética e profissionalismo - muitos jornalistas foram assassinados durante o período ditatorial, como é o caso do jornalista Vladimir Herzog, que foi morto sobre tortura, em outubro de 1975.


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