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20/05/2021 às 10h43min - Atualizada em 20/05/2021 às 09h06min

Justiça tem 1,6 mil casos de abusos de crianças e adolescentes

Rafaela Moreira - Editado por Letícia Agata
Secretária de Estado de Segurança Pública (SEGUP), Psicóloga: Lunara Farias, Conselho Tutelar, Secretária Municipal de Saúde (SESMA), Poder Judiciário do Pará. Camarca de Belém. Congresso Brasileiro de prevenção a violência sexual infanto juvenil.
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Conscientizar a sociedade a cerca da importância de proteger crianças e adolescentes contra crimes sexuais é o principal objetivo da campanha "Maio Laranja", que anualmente alerta sobre o alto índice de casos de violência sexual infantojuvenil. A iniciativa faz alusão ao dia nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual e Infantil, que é celebrado dia 18 de maio, data instituída no ano de 2000, em referência ao caso Araceli, uma menina de oito anos de idade que foi abusada sexualmente e morta em 1973, na mesma data. No Pará, o "Maio Laranja" foi instituído em 2018.

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SEGUP), apontam que nos anos 2019 e 2020 houve 366 crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes no Pará, sendo 85 apenas em Belém. Entre 2009 e 2019, segundo a Secretaria de Saúde de Belém (SESMA), houve 11.720, casos de violência sexual infantojuvenil apenas na capital paraense.

Segundo a psicóloga Lunara Farias:
 

"Geralmente quando crianças e adolescêntes passam por situações de abuso ou violência sexual, elas apresentam mudanças de comportamento. Essas vítimas começam a apresentar medos, agressividade, mudanças de  humor, tristeza, isolamento, regressões, falta de concentração, mudanças de comportamentos que podem até ser confundidas com distúrbios. Assim que a situação for identificada por um adulto, ele deve buscar ajuda. O tratamento para quem passa pelo abuso sexual varia muito. Depende da complexidade do ocorrido, mas é muito importante a procura de profissionais especializados, como psicólogos, para que eles avaliem e, a partir da demanda, possam fazer o encaminhamento necessário."

Em sua terceira edição, o Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Infantojuvenil, realizado nesse mês de maio, aborda a temática em diversos contextos, passando pela aréa da saúde, educação e assistência social. O objetivo é partilhar saberes, traçar novas estratégias de comportamento, conhecer experiências, criar um novo espaço que fortaleça a Rede de Proteção, tendo como um dos principais objetivos capacitar profissionais, juntamente com pais e mães, sobre como prevenir e identificar crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes.

O Congresso traz a participação de profissionais de todo Brasil, que formam um total de 12 apresentações realizadas ao vivo para discutir sobre o funcionamento da Rede de Atendimento, que fica à disposição da vítima de crimes sexuais. O formato do Congresso Brasilleiro de Prevenção à Violência Infantojuvenil, por conta da pandemia, será on-line, mas ficará gravado e será enviado aos participantes após a conclusão do evendo. Para se increver, basta entrar no site https://www.sympla.com.br/iii-congresso-brasileiro-de-prevencao-a-violencia-sexual-infantojuvenil__1171223?

Nos dois dias de eventos serão abordados temas como: a Literatura Infantil como recurso de auto proteção; como os livros podem ser utilizados nas instâncias da Rede de Proteção; a papel do Conselho Tutelar na rede de atendimento à criança e ao adolescente; a atuação do(a) Assistente Social no sistema de garantia de direitos da criança e adolescente, vítimas de violência sexual.

Serão abordados também, no Congresso, como identificar e denunciar crimes sexuais utilizando a internet; como realizar a articulação da Escola com a Rede de Atendimento às vitimas de crimes sexuais; Rede de apoio on-line e atendimento emergêncial às vitímas de crimes sexuais. 

A terceira edição do Congresso Brasileiro de prevenção à Violência Infantojuvenil conta com a mobilização social, com o objetivo de proteger crianças e adolescentes. É necessário o debate acerca da temática, pois leva o assunto para as escolas, igrejas, associações e clubes. Assim, chegando às vitímas que desconheciam as portas de entradas para denúncias e não se sentiam seguras em denunciar. A discursão fortalece a sociedade a cumprir seu papel de denuciar os casos de crimes sexuais, demostrando que essa forma de violência é preocupação de todos. 

 

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