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28/05/2021 às 08h12min - Atualizada em 28/05/2021 às 08h03min

Vida de pescador

Em Pinheiro, interior do Maranhão, profissional de pesca relata sobre a vida na profissão

Isabelle Gesualdo - Editado por Brenda Freire
Foto/Reprodução: Google

 
A 121, 2 km da capital maranhense, José Noelis, 57, flutua sobre as águas escuras e profundas do Rio Pericumã. É uma rotina de trabalho extenuante. Enquanto as luzes da cidade e o céu ainda estão escuros, o pescador sai para cumprir seu ofício de levar o peixe de cada dia às mesas. Inicia a pesca às 5 horas e finaliza às 18 horas - na maior parte do tempo, sob sol de 33º.
 
Loló, como é carinhosamente conhecido e apelidado, iniciou a pesca aos 12 anos para ajudar o pai, desde então não parou. São 45 anos navegando sobre o Rio Pericumã, o “Gigante da Baixada Maranhense”, que possui 115 km de extensão, marcado por uma paisagem deslumbrante de águas escuras e perenes, búfalos mergulhados e campo verde ao redor. Percorre 10 municípios do Maranhão. Nasce na cidade de Pedro do Rosário e deságua em Guimarães. O rio garante fartura aos ribeirinhos e a toda a população da baixada. 
 
José, sem companhias em sua canoa, percorre o rio e enfrenta os desafios da pesca em água doce: risco de acidente por afogamento, encontro com animais peçonhentos como cobras venenosas e o período de “campo cheio”, que é quando as águas do rio sobem. Neste período, a quantidade de peixes pescados diminui e, consequentemente, a renda do pescador também. 
 
Os obstáculos enfrentados por José transcendem os ciclos da natureza. Foi assaltado duas vezes no campo, onde teve todo o material de trabalho levado e passou um tempo sem pescar. Apesar disto, teve resiliência e conseguiu comprar os utensílios outra vez. 
 
Fora da vida agitada na cidade grande, José desfruta de uma vivência pacata, diz que a maior vantagem de ser pescador é que “a gente pesca o dia que quer, sem ser mandado por ninguém. Quem tá empregado é o tempo todo sendo mandado. Aqui, não. Vai o dia que quer, quando não quer, não vai, sem ninguém estar mandando”.
 
Com brilho nos olhos, Loló afirma ser feliz e valorizado com a profissão. 

 

 

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