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28/05/2021 às 14h45min - Atualizada em 28/05/2021 às 14h02min

Aphra Behn, uma escritora à frente do seu tempo

Romancista, dramaturga e poeta, Aphra Behn foi uma das primeiras mulheres a viver da própria escrita

Isabel Dourado - Editado por Talyta Brito
Reprodução/ Google imagens

Aphra Behn provavelmente nasceu em 1640. Poetisa, tradutora e escritora de ficção inglesa, ela foi uma mulher muito à frente do seu tempo. Foi uma das primeiras mulheres a ganhar a vida por sua escrita. Conseguiu quebrar barreiras culturais que eram postos naqueles tempos e serviu como um modelo literário para gerações posteriores de mulheres que aspiravam ser escritoras.  Foi contratada pelo rei Charles II para trabalhar como espiã na Antuérpia. Entretanto, Aphra Behn não era paga pelos serviços. Passou um tempo presa por insolvência. Foi na prisão que a escritora teve a ideia de usar a inteligência e o talento com as palavras para vender os escritos. 

 

Apesar de que algumas mulheres de classe alta e média já escreviam na época por diversão, grande parte assinava os escritos usando um pseudônimo masculino. No entanto, Aphra Behn era muito ousada e assinava os manuscritos pelo próprio nome ou usando o pseudônimo Astrea. Aphra Behn foi famosamente citada no livro “Um teto todo seu” de Virginia Woolf. “Aphra Behn provou que é possível ganhar dinheiro com a escrita, talvez sacrificando algumas qualidades agradáveis (...) apesar de citar outras mulheres que foram consideradas essenciais na literatura como por exemplo, Jane Austen e as irmãs Bronte, Virginia Woolf considerou trazer Aphra Behn por ela ser uma das poucas mulheres escritoras do século XVII. "Todas as mulheres em conjunto deviam jogar flores sobre o túmulo de Aphra Behn que é, mais escandalosamente mas ainda de forma adequada, na Abadia de Westminster, pois era ela quem lhes garantiu o direito para dizer o que pensam", declarou Wolf.

 

Antes de começar sua carreira, Aphra Behn começou a trabalhar no teatro. A princípio começou a trabalhar como escrivã, ou seja, copiava as peças em duas companhias. Mais tarde, ela passou a escrever as suas próprias peças de teatro. A primeira peça de Aphra Behn foi intitulada “O casamento forçado”. Em geral, os temas das peças eram sobre amor, sedução e paixão, mas tinham um teor e linguagem considerados obscenos para a época. Essa foi uma das causas que deixou Behn conhecida por ser uma mulher imoral. Apesar disso, foi uma escritora que marcou sua época e deixou um legado para as próximas gerações.

 

Uma das peças mais famosas de Behn foi aos palcos em 1677 chamada “The Rover”, em tradução “O andarilho”. Além de escrever poemas e peças, a autora escreveu o famoso romance “Oroonoko, ou o Escravo Real” (1688) que é conhecido como uma de suas obras mais conhecidas. O romance conta a história de um trágico relacionamento amoroso entre a filha de um general e o neto de um rei africano. 

 

A Thousand Martyrs I have made

 

Por Aphra Behn

 

 Mil mártires que fiz,

Todos sacrificados ao meu desejo;

Mil belezas traíram,

Que definhar em fogo sem resistência.

O coração indomado à mão que eu trouxe,

E consertei o pensamento selvagem e errante.

 

Eu nunca jurei nem suspirou em vão

Mas ambos, embora falsos, foram bem recebidos.

A feira tem o prazer de nos dar dor,

E o que eles desejam logo é acreditado.

E embora eu tenha falado de feridas e inteligentes,

Os prazeres do amor só tocaram meu coração.


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