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06/06/2021 às 00h00min - Atualizada em 06/06/2021 às 00h01min

Disseminação de ódio gratuito na internet afeta saúde emocional

A cantora Luísa Sonza é umas das figuras públicas mais atingidas nos últimos dias pelos 'haters'

Daiane Obolari - Editado por Júlio Sousa
capricho.abril.com
A disseminação do ódio gratuito é um dos vários problemas que vieram com o advento da internet. Em uma segunda-feira (31), foi presenciado essa exata manifestação em relação à cantora Luísa Sonza. A artista vem sendo atacada por extremistas desde o seu divórcio com o ex-marido Whindersson Nunes em meados de 2020. Agora, Luísa foi considerada, pelos ‘haters’, o motivo da morte do filho de Whindersson com sua noiva, Maria Lina Deggan, uma acusação totalmente maldosa e bárbara. Sob diversas ameaças de morte e crueldades recebidas em seu Instagram, a cantora chorou muito em seus stories para que parassem com os ataques a ela nesse momento delicado. 'Pelo amor de Deus, parem com essa história! Ninguém aguenta mais', disse Luísa. A equipe da artista precisou afastá-la das redes sociais para evitar que ela tivesse acesso a todos os comentários publicados e adiar, em comunicado oficial, o lançamento de seu novo álbum que estava datado para o final de junho.
 
A psicóloga Patrícia Souza explica que esse tipo de acontecimento pode se tornar um fardo para quem está sendo bombardeado por esses comentários ruins e ressalta que 80% das pessoas que trabalham com internet ou são figuras públicas e passam por esse momento de ter crises emocionais e se sentir insuficiente e frágil, muitas vezes é o gatilho para uma crise de ansiedade ou de depressão.
 
“O fato de receber críticas e comentários negativos a todo momento pode mexer muito com a autoestima, porque afeta diretamente na autoconfiança e a pessoa acaba acreditando nas críticas que está recebendo”.

Ela conta que a melhor forma de não se sentir afetado é trabalhar a inteligência emocional, essencial para quem está nesse meio da internet: “pois a inteligência emocional vai ajudar no controle emocional”, fazendo com que a pessoa crie um fortalecimento psicológico e não se deixe levar pelas críticas.

Atualmente presenciamos muitos casos de influenciadores digitais relatando ter crises de ansiedade e crises emocionais por conta dessas críticas e das cobranças das pessoas. Esse fato cresce a cada dia, segundo a psicóloga: “além de estarem muito sobrecarregadas pelas cobranças e pelas críticas, elas estão passando por cansaço emocional e exaustão mental”, completa.


A técnica de enfermagem e influencer, Chalana Voltarelli, já acumula quase 17 mil seguidores em seu Instagram e se sente assustada pela distribuição de ódio gratuito encontrado na internet: “as pessoas acham que tem o direito de criticar, ofender, e até mesmo rebaixar a gente na hora que bem entender”, relata.
 


Além disso, ela acrescenta que essas pessoas pensam que estão impunes por estarem atrás de uma tela, mas que hoje é possível localizar qualquer um, a partir da internet. Apesar disso, Chalana acredita que esses ataques não têm impacto para ela, e apenas dá forças para continuar fazendo seu trabalho e melhorá-lo a cada dia, e finaliza dizendo o que pensa quando um ‘hater’ se direciona a ela: “acho um máximo, porque se estão me criticando é porque estou no caminho certo, estranho seria se todos só elogiassem”, expõe.

Letícia Vieira, influencer e estudante de direito, entrou no ramo a pouco tempo, mas já sente os efeitos da exposição na internet. Ela conta que procura sempre filtrar o que convém e o que vai acrescentar em sua vida. 
 

“A melhor maneira para lidar com ataques é não ter uma rede social! Quando nós estamos expostos, infelizmente estamos propícios a essa maldade. Se eu pudesse dar uma dica seria essa: acredite em você, acredite no seu trabalho! Da mesma forma que existem pessoas tóxicas, existe muita gente do bem”


Ela acredita que há formas de contornar o termo “terra sem lei” usado hoje para se referir à internet. Letícia diz que a justiça está do lado do bem e que as pessoas devem pagar pelos atos e mensagens que propagam, afirmando que elas não podem passar ilesas: “os ofendidos devem tomar certas atitudes, ainda mais se os comentários forem feitos por menores de idade (o que acontece muitas vezes), os pais devem ficar cientes de tudo! Independentemente da pessoa que propaga esse tipo de “ódio virtual” a justiça deve ser acionada”, finaliza.

A esperança delas e de muitas outras pessoas é de que, ao longo do tempo, a justiça seja realmente eficaz e ajude a combater esse mal.



REFERÊNCIAS
ELIAS, G. Após morte do filho de Whindersson, Luísa Sonza é atacada duramente na web. Correio Braziliense. 31 de maio de 2021. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2021/05/4928107-apos-morte-do-filho-de-whindersson-luisa-sonza-e-atacada-duramente-na-web.html>. Acessado em: 01 de jun. de 2021.

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